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Dados já verificados em campo indicam que há erro, diz Maggi
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SINOP (MT)
O governo de Mato Grosso
começou, por conta própria, a
revisão dos dados divulgados
pelo Inpe. De acordo com o governador Blairo Maggi (PR), as
primeiras varreduras feitas em
campo já encontraram inconsistências em alguns dos supostos desmatamentos identificados entre outubro e dezembro
do ano passado pelo Deter.
"Nós já estamos a campo, já
temos alguns dados iniciais
mostrando que houve repetição de áreas também, a exemplo do que ocorreu no período
anterior", afirmou Maggi, que
mostrou as imagens de uma
derrubada detectada pelo sistema em 2006 e que teria sido
contada como novo desmatamento em 2007. "O pior é que,
quando fomos até o local, não
havia desmate algum."
Maggi disse não crer nem
mesmo na tendência apontada
pelo sistema de monitoramento. "Não acredito que tenhamos
um aumento de desmatamento
no Estado. Há uma consciência
ambiental cada vez maior e, ao
mesmo tempo, uma falta de recursos muito grande por parte
dos produtores", disse ele.
Em relatório distribuído ontem à imprensa, o governo de
Mato Grosso diz "não concordar" com a divulgação dos dados do Inpe (Instituto Nacional
de Pesquisa Espaciais). Segundo o documento, o Deter não
seria "confiável" como instrumento de detecção e não serviria nem mesmo para a "formulação de dados estatísticos".
O relatório dá detalhes de
uma operação conjunta realizada pela Sema (Secretaria Estadual de Meio Ambiente) em
conjunto com o Ibama e a Polícia Militar nos municípios de
Juara e Marcelândia e nas regiões do rios Xingu e Araguaia.
O trabalho inspecionou 113
pontos de áreas possivelmente
desmatadas de abril a setembro. "A quase totalidade
[80,53%] dos pontos inspecionados revelaram ser áreas que
não sofreram corte raso", disse
o governador.
Para Maggi, o Deter só serve
para indicar "possíveis problemas". "Aqui mesmo, em Marcelândia, só 12% do desmatamento indicado de abril a setembro é real. O resto não é.
São situações que já ocorreram
no passado ou foram áreas
queimadas que se computou
como desmatamento."
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