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EUA cobram meta de pobre sem mostrar as suas, acusa africano
ROBERTO DIAS
EM BARCELONA
Terminou com críticas aos
EUA o principal dia da reunião
ministerial que tenta desatar
alguns nós da negociação para a
conferência de Copenhague.
Representantes de cerca de 30
países fizeram em Barcelona
uma discussão política antes do
último encontro de negociadores pré-Copenhague, que acontece na semana que vem na cidade espanhola. Foi uma tentativa de tirar a reunião dinamarquesa da rota do fracasso.
Há três pontos principais de
debate na reta final: 1) como serão estabelecidas as metas de
corte de emissões até 2020; 2)
quem pagará para os países pobres combaterem a mudança
climática, e quanto; 3) quem
administrará esse dinheiro.
Ontem, os EUA pressionaram os emergentes a revelar
suas propostas imediatamente.
"Precisamos saber o que China,
Índia, Brasil, Indonésia e África
do Sul pretendem fazer. É crucial", disse na reunião o americano Todd Stern, o homem do
governo Obama para questões
climáticas. Stern falou logo depois do representante chinês e
disse que a necessidade de ter
informação para discutir domesticamente antes de Copenhague "não se aplica a um
grande número de países".
A Folha teve acesso apenas a
parte do encontro -a reportagem foi expulsa da sala pelo governo dinamarquês, organizador do evento, sob o argumento
de que não estava prevista cobertura de imprensa ali.
Após a reunião, o representante sul-africano rebateu o argumento americano: "Os EUA
querem números nossos, mas
não mostram os deles", afirmou Alf Wills.
O governo brasileiro adotou
caminho parecido. "Os EUA
têm exigido muito e oferecido
pouco", afirmou o ministro do
Meio Ambiente, Carlos Minc.
Na reunião, ele trabalhou com
a meta de reduzir até 2020 as
emissões de gás carbônico em
cerca de 30% -o número final
será discutido com o presidente Lula na terça-feira.
O representante chinês, Xie
Zhenhua, do Conselho Nacional de Desenvolvimento, alertou que a reunião poderia acabar em mais conflito a depender do foco das negociações. E
cobrou: "Os países desenvolvidos precisam ter uma redução
significativa de suas emissões".
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