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Ciência + Saúde

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Hospital cria centro de obesidade infantil

Proposta do Sabará, em São Paulo, é concentrar profissionais envolvidos no tratamento

CLÁUDIA COLLUCCI DE SÃO PAULO

O Hospital Infantil Sabará, de São Paulo, inaugurou ontem um centro de tratamento de obesidade infantil, o primeiro do gênero em instituições privadas do país.

No Brasil, uma em cada três crianças está obesa, segundo o IBGE. Com isso, apresentam problemas antes restritos ao mundo adulto, como hipertensão e diabetes tipo 2.

Levantamento do ambulatório de obesidade infantil do HC de São Paulo mostra que 30% das crianças atendidas têm triglicérides elevados e 21% apresentam hipertensão.

O ambulatório atende 50 crianças por mês e há uma fila de 300 à espera de vaga.

"No SUS praticamente não há nada, nem para adulto nem para criança. O tratamento é esperar que a pessoa vire obesa mórbida e seja operada", diz a médica do HC Maria Edna de Melo.

A proposta do Sabará é concentrar profissionais como endocrinologista, nutricionista, psicóloga e educador físico, para que cuidem da criança em conjunto.

Segundo Paulina Basch, diretora médica do hospital, na primeira consulta, os profissionais propõem um "plano de cuidado", que pode ser intensivo, moderado e leve.

O diferencial de cada um está no número de consultas com cada especialista.

O tratamento dura três meses, com consultas semanais. "É o tempo mínimo para qualquer resultado na mudança de hábitos", diz Basch.

Atingida a meta, o paciente passa por uma manutenção, com consultas uma vez a cada três ou seis meses.

O hospital negocia com operadoras de saúde para que o tratamento seja coberto. O custo para três meses vai de R$ 1.440 a R$ 2.040.

ABORDAGEM LÚDICA

A nutricionista Alessandra Coelho, do Sabará, lembra que a adesão da criança às dietas não é tarefa simples.

"A abordagem deve ser lúdica. Ela aprende que pode comer de tudo, ao fazer escolhas e trocas. Assim, cai o peso de ter que fazer dieta."

O engajamento da família é fundamental. Foi o que aconteceu na casa de Daniel dos Santos. Há dois anos, com 13 anos, ele estava com sobrepeso. Tinha 27% de gordura corporal. Após a reeducação alimentar, reduziu esse índice para 18%.

"Trocamos o leite integral pelo semidesnatado, o queijo amarelo pelo branco e o pão branco pelo integral. Toda a família ganhou", conta a mãe, Sandra Caron.

Daniel passou a comer de três em três horas, intensificou a natação e reduziu guloseimas como pães de queijo.

"Antes, ele comia uns seis ou sete. Agora, come dois."


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