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Análise

Parceria é o principal foco do programa espacial do país

SALVADOR NOGUEIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Perda de espaçonave por falha de foguete é uma inevitabilidade no mundo inteiro. Mas a destruição do satélite CBERS-3 é um revés mais sentido porque representava o principal foco do programa espacial brasileiro.

Forjado em 1988, o acordo de cooperação com a China foi durante duas décadas prioridade absoluta no Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Originalmente, o programa teria quatro satélites. Acabou ganhando um quinto, no meio do caminho, batizado de CBERS-2B. O atual lançamento seria o quarto da série.

Uma olhadinha no orçamento da Agência Espacial Brasileira em 2012 revela o viés dessa escolha. Quase metade da verba anual destinada a desenvolvimento de satélites (R$ 126,4 milhões) foi para o programa CBERS (R$ 59,6 milhões).

Enquanto isso, outros projetos focados no desenvolvimento de satélites 100% nacionais acabaram escanteados e sofreram atrasos de pelo menos cinco anos, na melhor das hipóteses.

E agora uma quantidade significativa de dinheiro (estima-se um custo de R$ 289 milhões para a parte brasileira do satélite) foi perdida.

Sem o CBERS-3, a única solução é acelerar o desenvolvimento do CBERS-4, para lançá-lo já no ano que vem. E isso provavelmente acarretará em mais adiamentos para os outros projetos sob encargo do Inpe.

Moral da história: enquanto o governo mantiver o programa espacial caminhando a conta-gotas, permanece o fantasma de falhas capazes de fazê-lo descarrilar.

FALHAS ANTERIORES

Vale lembrar que o projeto brasileiro de desenvolver um foguete lançador de satélites ainda não se recuperou do acidente na base de Alcântara, no Maranhão, em 2003. Na ocasião, 21 técnicos e engenheiros morreram.

Aquela era a terceira tentativa de lançamento do VLS-1 (Veículo Lançador de Satélites), totalmente desenvolvido no Brasil. As duas operações anteriores, realizadas em 1997 e 1999, também haviam fracassado, mas sem produzir vítimas.


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