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Jipe lunar chinês apresenta falha mecânica

Fracasso ao dobrar painéis solares pode fazer com que missão seja encerrada mais cedo

SALVADOR NOGUEIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O jipe robótico chinês Yutu, que pousou em dezembro na Lua, pode ver sua missão prematuramente encerrada, após uma falha mecânica.

Os chineses até agora não deram muitos detalhes do problema, mas as informações circulando dão conta de que o veículo foi incapaz de executar uma sequência de dobragem de seus painéis solares para enfrentar os rigores da fria noite na Lua.

Sem atmosfera, as temperaturas na escuridão da Lua despencam a -170 graus, e leva 14 dias até que o Sol volte a nascer.

A dobragem dos painéis tinha por objetivo conservar o calor do jipe, produzido por uma fonte radioativa, e apontar um deles na direção do horizonte para captar a energia solar logo no nascente. Foi o que aconteceu com sucesso em sua primeira noite lunar, entre o fim de dezembro e o começo de janeiro.

No último dia 11, o jipe despertou com sucesso. Mas no último dia 25, antes de "dormir", o Yutu encontrou problemas para executar os comandos enviados da Terra.

"Dificuldades para fechar os painéis poderiam estar relacionadas com o cold welding' [soldagem a frio], mas não acredito que os chineses não tenham testado a operacionalidade dos dispositivos nas temperaturas extremas da Lua", diz José Sérgio de Almeida, especialista em controle térmico de satélites do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Ele acredita que é preciso esperar para saber o que aconteceu, mas as notícias preliminares que vêm de Pequim não são animadoras. Ao que tudo indica, o Yutu vai passar 14 dias terrestres desprotegido. Provavelmente não resistirá ao frio.

Contudo, a missão não perde seu valor histórico. Foi o primeiro pouso suave na Lua em 36 anos, e a coleta de dados científicos ainda não acabou. O módulo de pouso Chang'e-3 segue operacional.

O problema pode afetar o cronograma de exploração lunar da China, que contava com uma réplica do Yutu para a Chang'e-4, a ser lançada em 2015. O problema ocorrido na missão anterior terá de ser identificado e corrigido.


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