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Homem acelerou ritmo de extinções em mil vezes

Estudo mais detalhado sobre interferência humana na biodiversidade compilou dados de seres vivos do planeta

Pesquisa na "Science" compara situação atual com taxa de bichos que se extinguiam antes do surgimento do homem

RAFAEL GARCIA DE SÃO PAULO

O ritmo com que testemunhamos espécies de plantas e animais se extinguindo hoje é mil vezes mais rápido do que aquele que ocorre normalmente ao longo dos milênios. Essa é a conclusão do mais detalhado estudo já feito sobre a interferência humana na biodiversidade, que compilou dados sobre seres vivos de todo o planeta.

"Os humanos são o equivalente ao asteroide que colidiu com a Terra", afirma Clinton Jenkins, ecólogo americano atualmente no IPÊ (Instituto de Pesquisas Ecológicas), de Nazaré Paulista (SP), uma das instituições que assinam o trabalho.

Para chegar ao número que estima o ritmo atual de aniquilação de espécies, os pesquisadores primeiramente fizeram uma reavaliação do registro mundial de fósseis, que é capaz de mostrar com que ritmo plantas e animais sumiram ao longo dos milhões de anos que precederam a existência dos humanos.

Para avaliar as extinções em tempos recentes, os pesquisadores contaram com bancos de dados de história natural de todo o mundo e com dados recentes de descobertas de novas espécies. Com base nisso calcularam quantas espécies desconhecidas ainda restam por conhecer em cada grupo de animais e plantas estudados.

"Baseados em quantas espécies você descobre, quão rápido as descobre e em quantas pessoas estão procurando, é possível fazer um cálculo", diz Jenkins.

Desde 1900, segundo o estudo, já foram descobertas 1.230 novas espécies de aves, somando-se às mais de 95 mil espécies já conhecidas antes. Ao menos 13 dessas espécies, porém, já estão extintas. Isso significa que hoje a taxa de extinção para aves é duas vezes e meia mais veloz do que aquela que vinha ocorrendo antes do século passado.

Um estudo do grupo, liderado por Stuart Pimm, da Universidade Duke (EUA), descreve o problema na revista "Science". O trabalho estima que o ritmo atual de sumiço de criaturas é de 100 extinções por milhão de espécies por ano. Antes do surgimento do homem, essa taxa era de cerca de apenas 0,1.


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