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Mônica, fazendeira

Pecuarista corre o risco de perder terra não regularizada

Produtora rural tenta desmembrar sua propriedade de unidade de conservação

DO ENVIADO ESPECIAL A NOVO PROGRESSO (PA)

Mônica Correa da Costa dos Santos, 47, conheceu o marido --paranaense de Francisco Beltrão-- em Cuiabá. Ele e três irmãos adquiriram uma posse de mil hectares em Novo Progresso, no final dos anos 1990, de um tal sr. João, com o dinheiro apurado ao serem desapropriados pela usina de Itaipu.

A transação teve apenas um documento particular, "como é comum na região". A fazenda hoje tem 200 cabeças de gado, na vicinal Marajoara, em área que o governo incluiu na Floresta Nacional do Jamanxim em 2006.

Os Santos correm o risco de perder a propriedade e receber pagamento só pelas benfeitorias. Como não há título firme das terras, elas pertencem à União e não podem ser objeto de indenização.

Há oito anos a família e outras mil que ocupam partes da Flona Jamanxim lutam para desmembrar ("desafetar", no jargão fundiário) suas propriedades do perímetro da floresta nacional. O total de 415 mil hectares de "área consolidada" tiraria um terço da unidade de conservação de 1,3 milhão de hectares.

"Se a desafetação não sair, não sei o que vamos fazer", diz a presidente da Associação dos Produtores Rurais das Glebas Embaúba e Gorotire. "Tudo que nós temos nós investimos aqui."

"Viemos para cá criar nossos filhos", diz a mãe adotiva de cinco crianças, "na esperança de produzir e ser legalizado." Ela se queixa da demora na regularização das terras. "Lá fora nos chamam de bandidos e grileiros."

Para ela, o asfaltamento da BR-163 é "maravilhoso". Sua família tem um caminhão e aumenta a renda com fretes. Mas reclama que até agora só vieram carretas e que a escola técnica federal parou.

"O governo tem de ser parceiro do povo daqui, fazer uma operação gigante dessas [do Ibama] para legalizar tudo", diz. "Esta cidade não é só queimada e caminhão de madeira apreendido."

Mônica conta que a proposta de desafetação das áreas dos fazendeiros está parada na Casa Civil. O senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) apresentou projeto no Congresso com esse objetivo.


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