Debate sobre dietas conclui que elas são inúteis
Evento promovido pela Folha na quarta, Dia Mundial sem Dieta, reuniu especialistas
Dietas restritivas são ineficazes ""os pacientes não conseguem segui-las por muito tempo e, quando voltam para a alimentação normal, engordam tudo de novo.
Essa é a opinião compartilhada pelas participantes do debate promovido pela Folha na quarta (6), em razão do Dia Mundial sem Dieta.
A data existe desde 1922, quando a feminista inglesa Mary Evans decidiu lutar contra a anorexia e outros distúrbios alimentares.
Participaram do debate a nutricionista Fernanda Timerman, as psicanalistas Magda Khouri e Luciana Saddi e a endocrinologista Lea Diamant. A mediação foi da repórter especial da Folha, Cláudia Collucci.
Por mais que sejam ineficazes, porém, o mundo todo parece seguir as dietas. "O excesso de exposição do corpo na mídia cria um ideal de corpo inatingível", disse Khouri.
Existe também um forte interesse econômico envolvido. "Esses modismos nas dietas foram feitos para não funcionar. Se dessem certo, o mercado do emagrecimento não seria tão movimentado", disse Fernanda Timerman.
Em muitos casos, culpa-se o paciente pela obesidade, mas estudos apontam que há pacientes com predisposição genética para ganhar peso.
As especialistas também citaram o fato de que a privação pode levar a pensamentos compulsivos.
As dietas, segundo Saddi, procuram alterar a fome e não levam em consideração o prazer de comer. Pessoas cronicamente submetidas a dietas não reconhecem a fome nem o sinal de saciedade.
"Precisamos repensar o que é peso saudável, quais são as nossas metas", afirmou Lea Diamant.
"A mulher do século 19 era vista como eternamente doente. A do nosso tempo é a eterna gorda", disse Saddi.