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rio +20

Só 6% sabem o que é conferência da ONU

Pesquisa feita em oito países mostra que as pessoas até conhecem temas ambientais, mas estão alheias à Rio+20

No Brasil, 24% definiram corretamente a cúpula da ONU; levantamento mostra consumidores mais conscientes

SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO

Se o sucesso da Rio+20 dependesse da sua popularidade, a conferência da ONU estaria em maus lençóis. Conforme uma pesquisa feita em oito países, incluindo o Brasil, só 19% das pessoas já "ouviram falar" sobre o evento.

Para piorar o cenário, nem todo mundo que ouviu falar dela consegue dizer exatamente sobre o que trata a conferência ambiental da ONU.

Apenas 6% da amostra foi certeira ao ser convidada a definir a Rio+20.

Os resultados são do Barômetro da Biodiversidade, feito pela UEBT (União para BioComércio Ético), uma associação internacional que reúne principalmente entidades e empresas dos setores de cosméticos e de alimentos.

A pesquisa foi feita com mil pessoas em cada um dos oito países -quatro europeus, EUA e três que têm mercado emergente e grande biodiversidade (Brasil, Peru e Índia).

Em geral, foram consultados consumidores de produtos de beleza e de alimentos industrializados, das classes econômicas A, B e C.

A ideia foi mapear o nível de conscientização ambiental dessas pessoas (o que inclui conhecer ou não a Rio+20) e verificar como isso influencia o consumo.

EM CASA

No Brasil, os dados são mais otimistas: 59% da população já ouviu falar sobre a Rio+20 e 24% conseguiu definir com clareza o evento.

"O que nos surpreende é que o brasileiro cada vez mais conhece, consegue falar sobre e está preocupado com temas correlatos ao ambiente", analisa Cristiane de Moraes, da UEBT no Brasil.

Para Aron Belinky, coordenador de processos internacionais do Instituto Vitae Civilis, que trabalha com sustentabilidade, os dados encontrados não surpreendem.

"Em geral, de 15% a 25% das pessoas têm conhecimento sobre temas ambientais. Isso muda pouco no mundo e nas distintas classes sociais."

No ano passado, o próprio Vitae Civilis detectou, em uma pesquisa com 806 brasileiros, que só 11% estavam familiarizados com a Rio+20.

"A porcentagem tende a aumentar conforme o assunto ganha espaço na mídia."

Na pesquisa da UEBT, 97% dos brasileiros consultados disseram ter ouvido falar sobre biodiversidade, mas apenas 46% a definiram -exatamente o mesmo número encontrado na pesquisa de 2011.

"Houve quem dissesse que biodiversidade é uma 'diferença cultural' ou um 'tipo de dieta' ", exemplifica Moraes.

Ainda assim, o Brasil ficou em primeiro lugar no nível de acertos da definição de biodiversidade. Quanto o assunto perguntado foi desenvolvimento sustentável, o país só perdeu para a França.

"Ter uma floresta dentro de casa ajuda muito", analisa a especialista da UEBT.

Em relação ao consumo, 33% dos entrevistados no mundo revelaram preferência por produtos que tenham ingredientes naturais e 27% disseram sempre prestar atenção a selos ambientais.

"As empresas precisam saber que o consumidor cada vez mais deixa de adquirir produtos que causam danos ambientais", diz Moraes.

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