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Cientistas da USP conseguiram financiar projeto
O financiamento colaborativo de projetos de ciência ainda engatinha no Brasil, mas um grupo de pesquisadores da USP já está tirando proveito da ferramenta. Sem dinheiro para ir a uma das maiores competições de biologia sintética do mundo, a iGEM (Competição Internacional de Máquinas Geneticamente Modificadas, em inglês), que acontece nos EUA, a equipe decidiu apelar para o "crowdfunding". Em pouco mais de um mês, eles conseguiram quase US$ 3.000 para custear a inscrição da equipe no evento. E a maior parte das doações veio de pessoas sem nenhum contato com o grupo. "O 'crowdfunding' é meio que uma nova versão da rifa para arrecadar dinheiro", brinca Carlos Hotta, professor do Instituto de Química e líder da equipe brasileira na competição. Foi dele a ideia de usar a ferramenta para financiar o projeto. "A maior inspiração foi o desespero. Nosso plano A, que era conseguir dinheiro com empresas, não deu certo. Tivemos de buscar alternativas", explica Hotta. SEM BUROCRACIA Segundo ele, o "crowdfunding" foi também uma boa opção para lidar com um problema burocrático. Apesar de seu caráter de pesquisa e desenvolvimento científico, a iGEM é uma competição, uma modalidade que, ao contrário de congressos e simpósios, não está descrita nos editais de pesquisa e outras regras das universidades. O grupo usou o site RocketHub, o qual, embora não seja exclusivo para ciência, tem vários projetos da área. "Nas primeiras duas semanas, as doações eram só de conhecidos. Foi quando nós fizemos o vídeo que as contribuições dispararam", explica Otto Heringer, estudante de química, membro da equipe e autor do roteiro engraçadinho do filme (http://youtu.be/t2eJOhvC4gg), que se espalhou pela USP. E ter um bom vídeo de apresentação é considerado um do trunfos de quem busca financiamento. Os próprios sites recomendam caprichar nesse quesito. NOVO DESAFIO Mas, apesar do sucesso da iniciativa, o desafio da equipe -que é um projeto multidisciplinar que reúne professores e alunos de graduação e pós em várias áreas- ainda não acabou. Agora, eles precisam de dinheiro para pagar as passagens e a estadia das pessoas na competição, que será dividida em duas etapas: uma regional classificatória na Colômbia e outra geral nos EUA. A equipe quer apresentar projetos como uma espécie de tela touchscreen feita com bactérias e uma rede de comunicação também com bactéria. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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