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Governo divulga recorde de baixa em desmatamento Planalto usa dado como argumento contra sua suposta falta de liderança ambiental
O governo brasileiro anunciou ontem a menor taxa de desmatamento na Amazônia já medida: em 2011, a maior floresta tropical do mundo perdeu "apenas" 6.418 km2, ou o equivalente a quatro vezes a cidade de São Paulo. A divulgação dos dados consolidados do Prodes, sistema do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) que mede a taxa oficial de devastação, obedece à estratégia habitual do Planalto, desde a era Lula, de soltar um número positivo sempre que o país é pressionado por seu desempenho ambiental. No ano passado, a divulgação da previsão do Prodes de 2011 (3,5% menor que o dado consolidado de ontem) no meio da conferência do clima de Durban serviu para silenciar críticas à atuação do governo no Código Florestal. O novo dado surge num momento em que o país é criticado pela falta de liderança na condução da Rio+20. Numa reunião informal encerrada no sábado em Nova York para negociar o texto-base da conferência, diplomatas ressentiram-se da falta de "um papel mais inspirador e prático" do Brasil. O país-sede pode destravar os impasses entre pobres e ricos que permeia as negociações. O ambientalista francês Rémi Parmentier, do Varda Group, disse em seu blog que há especulações de que Dilma Rousseff possa propor um texto mais curto e objetivo como resultado final do Rio. Até agora, porém, o Brasil mantém um "perfil discreto", como definiu uma pessoa próxima à negociação. A cautela foi notada até pelo coordenador da Rio+20, Brice Lalonde, em entrevista à Folha. Dilma não gostou das declarações e, segundo a Folha apurou, chegou a pedir a cabeça do diplomata. Ontem, o chanceler Antônio Patriota negou problemas. "Gostaria de sublinhar que o secretário-geral [da ONU] Ban Ki-moon tem sido muito enfático ao identificar a liderança brasileira." Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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