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Estudo muda tratamento de HIV em bebês

Pesquisa de americanos e da Fiocruz indica que combinação de drogas é mais eficaz

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Resultados de um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade da Califórnia, em parceria com a Fiocruz, indicam que a combinação de dois ou três antirretrovirais (nevirapina, nelfinavir e lamivudina) dada a bebês em até 48 horas após o parto é duas vezes mais eficaz para impedir a transmissão do HIV do que o AZT.

A OMS (Organização Mundial de Saúde) considera que o uso do AZT é a melhor forma de evitar a transmissão vertical do HIV -quando a mãe soropositiva infecta o bebê durante a gestação, o parto ou a amamentação.

O estudo foi feito com 1.684 crianças do Brasil (70% do total), África do Sul, Argentina e EUA, entre 2004 e 2010.

Foram selecionados recém-nascidos de mães soropositivas que descobriram ter a doença pouco antes do parto e, por isso, não foram tratadas com AZT na gestação.

As crianças foram separadas em três grupos, que receberam diferentes combinações das drogas. O tratamento durou seis semanas.

Após três meses de acompanhamento, a transmissão ocorreu em 4,8% dos bebês que receberam somente AZT, em 2,2% dos que receberam AZT e nevirapina e em 2,4% dos que tomaram AZT, nelfinavir e lamivudina.

De acordo com a coordenadora da pesquisa no Brasil e diretora do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec/Fiocruz), Valdilea Veloso, os resultados da pesquisa apontaram que a terapia com duas drogas, quando comparada com a de três, foi menos tóxica e mais prática.

"Os avanços proporcionados pela pesquisa já provocaram mudanças positivas no tratamento da doença. Os resultados foram incorporados aos manuais da OMS e em breve o novo tratamento poderá se tornar padrão no combate à Aids", disse.

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