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Análise Falta de óvulos é um problema grave para mulheres inférteis CLÁUDIA COLLUCCIDE SÃO PAULO Mesmo em se tratando de uma pesquisa usando camundongos, é animadora a notícia de que os japoneses produziram óvulos (e filhotes) viáveis a partir da modificação de células-tronco. A falta de óvulos é hoje um grande problema para as fêmeas humanas inférteis. O tempo de espera por gametas doados ultrapassa um ano nas clínicas de reprodução. A situação é tão crítica que casais brasileiros têm ido ao exterior para comprar óvulos. O Brasil proíbe esse tipo de comércio. Mas é raro o altruísmo nesses casos porque, para produzir óvulos para uma fertilização in vitro, a mulher precisa usar hormônios e passar por um procedimento invasivo de retirada dos óvulos dos ovários. Ao mesmo tempo, a demanda por óvulos só cresce porque as mulheres estão retardando a maternidade. Quase um quarto das que buscam ajuda médica para engravidar tem mais de 40 anos -quando as chances de gravidez com óvulos próprios são inferiores a 5%. Os médicos estudam soluções para a escassez de óvulos. O Cremesp (Conselho Regional de Medicina) discute uma norma para permitir que casais que necessitem de óvulos paguem pelo tratamento de outros casais em troca de parte dos gametas. A proposta, adotada extraoficialmente por algumas clínicas, não é isenta de polêmica. Juízes e advogados dizem que ela configura comércio. Também tem se discutido com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a mudança das regras para facilitar a importação de óvulos e espermatozoides. Hoje, só é permitida a importação individual e em casos comprovados de inexistência de doadores locais. São soluções caseiras. Mas, diante dessa tendência de as mulheres optarem por engravidar mais tarde, é o que se tem. Pelo menos até que pesquisas como essa da Universidade de Kyoto possam ser aplicadas a humanos. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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