Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ciência + Saúde

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Associação questiona eficácia de filtros solares

Avaliação da Proteste aponta que há falhas em produtos à venda no país

Empresas questionam métodos usados no teste da entidade de defesa do consumidor e contestam resultados

DÉBORA MISMETTI EDITORA-ASSISTENTE DE “CIÊNCIA+SAÚDE”

Entre dez marcas de filtros solares de uso adulto à venda no país, duas têm menos da metade do FPS (Fator de Proteção Solar) declarado no rótulo, segundo teste laboratorial encomendado pela Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor).

A avaliação incluiu produtos das marcas L'Oreal, La Roche-Posay, O Boticário, Coppertone, Cenoura&Bronze, Sundown, Avon, Nivea, Banana Boat e Red Apple, todos com FPS 30.

As fabricantes contestam o resultado e questionam a metodologia empregada.

Os produtos foram submetidos a uma análise in vitro para checar o fator de proteção, além de passarem por testes de irritabilidade da pele, fotoestabilidade, hidratação, rotulagem e desperdício causado pela embalagem.

De acordo com os resultados obtidos pela Proteste, os produtos Nivea Sun e Banana Boat foram os piores no quesito FPS. Os produtos têm fator de proteção 13 e dez, respectivamente, em vez de 30, de acordo com a análise.

Os mais bem avaliados nesse item foram o L'Oreal Solar Expertise, o La Roche-Posay Anthelios Hélioblock e o Cenoura&Bronze.

MÉTODOS

O ensaio é feito em placas (cuja rugosidade simula à da pele humana), submetidas à radiação ultravioleta, de acordo com a Proteste.

Segundo o médico Sérgio Schalka, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e especialista em fotoproteção, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) exige testes feitos in vivo, em pessoas, para determinar o FPS.

O coordenador técnico da Proteste, Dino Lameira, afirma que o método in vitro foi o escolhido porque o objetivo do teste era comparar os produtos entre si, e esse tipo de avaliação é melhor do que o ensaio in vivo para isso.

"O método é reconhecido, apesar de não ser o oficial."

Ana Palieraqui, pesquisadora médica da entidade, afirma que o método in vitro foi preferido justamente por não usar voluntários humanos. "A Comissão Europeia recomenda desde 2006 que sejam feitos testes in vitro, para não expor pessoas à radiação ultravioleta. Os resultados dos dois tipos de teste são equivalentes."

No entanto, diz Schalka, o teste que não usa voluntários é mais sensível aos produtos que têm barreiras físicas contra o sol, ou seja, que refletem mais a luz. Os que têm barreiras químicas ficam prejudicados por esse tipo de avaliação, segundo ele.

O médico lembra que, se a pessoa usar o produto em pouca quantidade, a proteção contra a radiação cai muito. "Uma dica fácil é aplicar meia colher de chá do filtro no rosto e meia em cada braço, uma colher de chá em cada perna, uma no peito e barria e uma nas costas. Para uma criança de seis anos, metade disso é suficiente."

RADIAÇÃO

A proteção contra raios UVA também foi medida. A partir de 2014, os filtros solares à venda no país deverão ter proteção UVA no valor de um terço da do UVB. Assim, um filtro 30 terá de apresentar uma proteção UVA de 10.

Os raios UVB causam queimaduras solares, câncer de pele e são mais fortes no verão. Já os UVA são constantes durante o ano e levam ao envelhecimento da pele e ao bronzeamento.

Cenoura&Bronze e Red Apple tiveram os piores resultados em proteção UVA.

A situação entre os produtos voltados ao público infantil é melhor, segundo o teste. Os cinco analisados tiveram boa avaliação na proteção UVB e dois foram reprovados quanto ao UVA.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página