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Falta apoio à comida de rua, dizem chefs

Bate-papo promovido pela Folha e pela rádio CBN lotou o Espaço Gourmet, no Mercado Municipal de São Paulo

Campanha na internet pede assinaturas para apoiar projeto de lei que regularize a venda nas ruas de São Paulo

GIULIANA DE TOLEDO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Precisamos desvincular a comida de rua de uma coisa suja e malfeita", disse o chef Raphael Despirite durante o bate-papo promovido pela Folha e pela rádio CBN no Mercado Municipal de São Paulo no último sábado.

Além de comandar a cozinha do restaurante francês Marcel, Despirite participa de feiras como O Mercado e Chefs na Rua, servindo cachorro-quente à francesa. Ele planeja, aliás, montar um caminhão dedicado ao quitute.

A necessidade de regulamentação e higiene foram alguns dos temas da conversa. "Os vendedores [de comida de rua] ficam hoje na ilegalidade porque não há alternativa. Não existe controle nenhum de qualidade", disse o chef boliviano Checho Gonzales, criador da feira O Mercado, que também participou do bate-papo.

Rolando Vanucci, dono da Kombi Rolando Massinha, que serve massas artesanais na avenida Sumaré (zona oeste), destacou a importância de os vendedores serem capacitados para manipular os alimentos com higiene.

"Não é porque você está rua que pode servir uma coisa mais ou menos. É preciso passar por treinamento para trabalhar com comida",diz ele, que há seis anos trabalha no mesmo local.

Vanucci já morou na rua, já foi pintor, já foi empreiteiro de obra. Hoje, comemora. Vende "3.000 quilos de massa por mês" em sua Kombi.

MUDANÇA NA LEI

Na última quinta-feira, dia 9, foi protocolado na Câmara Municipal de São Paulo projeto de lei para regulamentação da comida de rua. De autoria de Andrea Matarazzo (PSDB), a proposta ainda não tem data para votação.

A partir de hoje, será iniciada campanha nas redes sociais para reunir apoio popular em abaixo-assinado. "Esperamos pelo menos 50 mil assinaturas para fazer pressão a favor", diz Gonzales.

O projeto prevê que os vendedores sejam licenciados por comissões das subprefeituras. A venda de bebidas alcoólicas seria proibida. Para obter licença, precisariam ter empresa registrada e passar por curso de capacitação.

Pela legislação atual, somente os vendedores de cachorro-quente podem obter autorização, mas, segundo a prefeitura, não são emitidos novos registros desde 2007. Uma liminar autoriza os ambulantes que já tenham registro a continuar trabalhando.

Em feiras livres, podem trabalhar vendedores de pastéis.

Procurada pela reportagem, a prefeitura, por meio da Secretaria Executiva de Comunicação, disse que não comenta projetos de lei ainda em tramitação.

BATE-PAPO

A mediação do bate-papo foi feita por Luiza Fecarotta, editora-assistente dos cadernos "Comida" e "Turismo", e Fabíola Cidral, âncora do programa CBN São Paulo.

A entrada foi gratuita. Desde às 7h30 (o evento começou às 11h), algumas pessoas já esperavam para retirar senhas.

O público, que lotou o Espaço Gourmet do Mercadão, provou o cachorro-quente à francesa preparado na hora por Despirite.

O quitute, aliás, será vendido por R$ 12 na Virada. A expectativa é servir 3.000 unidades. "Uma média de seis por minuto", conta.

Se para Despirite a comida de rua é um projeto paralelo, trata-se da atividade principal de Gonzales. "Não fiquei rico, mas dá para ter segurança", afirmou, após o evento.

O boliviano, no entanto, planeja abrir restaurante até o fim do ano. "Estou procurando um ponto fora do circuito. Temos que descentralizar a cultura."

Assista ao vídeo sobre o bate-papo no Mercadão
folha.com/comida


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