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Doce de árvore vira patrimônio paulista

Tradicional das Folias de Reis, doce feito com caule de jaracatiá ganha reconhecimento da secretaria de Cultura

Família de Santo Antônio da Alegria mantém receita há três gerações; cada tronco rende até 1,5 t de doce

DANIELA SANTOS DE RIBEIRÃO PRETO

O sabor lembra o de coco, a textura se assemelha à do doce de sidra e, quando o açúcar é queimado, a cor remete à do doce de banana. Mas uma das sobremesas típicas das Folias de Reis não tem nenhum desses frutos.

Produzido pela mesma família há três gerações, o doce de jaracatiá não tem coco, nem sidra, nem banana: é feito do caule e da raiz da árvore que lhe dá nome.

Graças a um pedido da família Assis, o jaracatiá e suas derivações (incluindo o doce de caule) foram reconhecidos como patrimônio imaterial da culinária paulista pela Secretaria de Estado da Cultura neste ano.

O doce é produzido em um sítio que fica a cerca de cinco quilômetros de Santo Antônio da Alegria, interior paulista, onde vive a família.

Depois que a árvore é arrancada, retira-se a casca do caule, que é cortado, lavado e ralado. É então colocado em tachos de cobre em fogão a lenha, com água. A mistura ferve por duas horas, a água é escorrida e, em fogo baixo, adiciona-se açúcar.

A sobremesa é parte da tradição da Folias de Reis --festa folclórica e religiosa típica do interior realizada todo dia 6 de janeiro-- em Santo Antônio há pelo menos 80 anos.

O produtor de café Adauto Augusto de Assis, 47, é um dos responsáveis pelo sucesso que o doce faz em Santo Antônio da Alegria e por sua disseminação cultural.

No ano passado, ele participou do festival Revelando São Paulo, que difunde a cultura tradicional do Estado. Levou o doce para as cidades de Iguape, Atibaia, São José dos Campos e a capital.

Assis conta que, quando pequeno, acompanhava o avô Antônio Leocardio da Silveira durante todo o processo da produção. Com a morte do anfitrião, aos 78 anos em 1988, ele passou a também produzir o doce.

Desde então, todo ano no mês de dezembro Assis e o tio Arlindo Francisco da Silveira, 58, arrancam um jaracatiá para a produção da sobremesa para as festas da região.

Assis disse que arrancou cerca de 20 árvores e plantou outras 800 nas áreas rurais e urbanas da cidade e de municípios vizinhos. Hoje, tem um viveiro com mil mudas.

Segundo o produtor, o tronco de uma árvore pode render de 500 kg a 1,5 tonelada de doce. Além da sobremesa feita do caule, Assis também produz o jaracatiá em calda e desenvolveu uma geleia com o sabor da fruta.

Há cerca de três meses, ele resolveu deixar uma quantidade do fruto de molho na pinga para criar o licor de jaracatiá. A invenção ainda está em desenvolvimento, mas em poucos dias, Assis pretende provar o "novo produto".

ONDE COMPRAR
SÍTIO SÃO JORGE Comunidade dos Pinheiros, em Santo Antônio da Alegria, tel. 0/xx/16/9997-9263; de R$ 5 (600 g) a R$ 80 (10 kg)


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