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Fruta 'feia' é alvo contra o desperdício em Portugal

Projeto apoia consumo de itens fora do padrão

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um projeto de empreendedorismo social de Lisboa propõe uma saída ao problema do desperdício de comida. "Gente bonita come fruta feia" é o lema do Fruta Feia, criado em janeiro deste ano.

São consideradas "feias" aquelas frutas que nascem com pequenas deformidades e tamanho inferior ao esperado ou que sofrem lesões na casca durante a colheita --mas mantêm intactos o sabor e o valor nutricional.

Calcula-se que até 30% dos alimentos produzidos em Portugal acabem nessas condições. Pois boa parte é descartada pelos próprios agricultores, que preveem a eventual rejeição por parte de distribuidores, comerciantes e consumidores.

Idealizado por Isabel Soares, 31, especialista em energias renováveis, o projeto Fruta Feia tem como objetivo criar cooperativas que viabilizem a venda de frutas, legumes e verduras "feios" por preços mais baixos, para que pequenos agricultores tenham chance de escoar a produção encalhada.

Em novembro, o primeiro posto de venda de alimentos do projeto será inaugurado no bairro dos Anjos, na capital portuguesa. Consumidores e distribuidores também contarão com o auxílio de um site desenvolvido pelo grupo.

Atualmente, o projeto conta com dez produtores cadastrados e 220 consumidores interessados. Para o primeiro ano de atividades, a meta é agregar mais 160 consumidores e evitar que pelo menos uma tonelada de frutas e hortaliças acabe no lixo.

CONSCIÊNCIA

O projeto também quer conscientizar as pessoas em relação às implicações do desperdício alimentar. "O Fruta Feia pode inverter uma tendência ilógica e chocante de mercado, que prejudica enormemente tanto os agricultores como o meio ambiente", diz Isabel.

Em relatório divulgado no mês passado, a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), estimou que o desperdício de alimentos em todo o mundo alcance 1,3 bilhão de toneladas por ano --o equivalente a quase sete vezes a produção anual de grãos do Brasil.

No Brasil, aliás, segundo as contas de Antônio Gomes Soares, pesquisador da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), são jogados fora 11 milhões de toneladas de frutas e hortaliças frescas por ano --a maior parte por causa do manuseio e do transporte inadequados. (GUILHERME SETO)


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