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Vinhos

O prazer de beber sem altas viagens

Argentina (bem) além da malbec

Há anos, os vinhos argentinos eram todos iguais; agora há de tudo, com rótulos cheios de alma

ALEXANDRA CORVO

Faz um tempo. Há uns 13 anos, provei pela primeira vez um vinho argentino. Morei na Europa de 1996 até 2001 e não acompanhei essa primeira explosão qualitativa mendocina. Quando voltei ao Brasil, conheci.

Era um malbec, do Catena, creio. Que redondeza, que perfume, que equilíbrio. Naquele tempo, meus clientes de restaurante, quando tinham R$ 150 para gastar num vinho, jamais os investiriam numa garrafa de vinho hermano. Dava para comprar um europeu decente.

Tentava apresentar minha nova paixão aos clientes, mas havia preconceito. Mas, quando gostavam, era gratificante. Para mim, porque pude apresentar algo que sabia que apreciariam. Para eles, pelo prazer de beber e pelo valor em conta.

O tempo passou e os vinhos argentinos se mostravam consistentes. Todos eram bons. Todos eram bem-feitos... Mas todos eram iguais.

Numa feira de vinhos argentinos há um par de anos, constatei: não só os malbecs eram todos iguais entre eles. Eram iguais aos cabernets, aos syrahs, aos merlots. Os malbecs da Patagônia eram iguais aos de Mendoza. Socorro!

No lançamento de "Descorchados", de Patricio Tapia, um guia de vinhos chilenos, argentinos e uruguaios, conheci produtores que são a cara do novo vinho argentino.

Renovam antigas tradições, pesquisam novas (e velhas) regiões, uvas esquecidas. Alguns seguem a onda da viticultura orgânica e biodinâmica e outros aplicam uma enologia menos intervencionista.

O resultado? Há de tudo. Mais e menos qualidade. Mas o novo argentino é cheio de alma e logo imperará não a mesmice, mas a variedade e o espírito inovador. Esperemos.

VIEJO ISAIAS ROBLE BONARDA 2012
Mineral, tabaco, chá preto. Cremosão, bem frutado, final tânico e firme
QUANTO R$ 59,90
ONDE Wine&Co (tel. 21/2447-0761)

NIETO SENETINER BENJAMIN TEMPRANILLO 2013
Exuberante, perfumado. Cereja, flores, groselha. Frutado, taninos redondos, final sequinho
QUANTO R$ 24,15
ONDE Casa Flora (tel. 11/2186-7676)

LAS MORAS SANGIOVESE 2010
Baunilha, lareira, canela. Frutado, bem seco e tânico, com final firme apimentado
QUANTO R$ 45,10
ONDE Decanter (tel. 11/3702-2020)

ANGELICA ZAPATA CABERNET FRANC 2009
Complexo, café, folha de chá, toffe, floral. Frutadão, tânico, falta frescor, mas é denso e achocolatado no final
QUANTO R$ 101,44
ONDE Mistral (tel. 11/3372-3400)


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