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Baixo teor de cacau leva indústria a incluir mais açúcar e gordura

DA ENVIADA A ILHÉUS (BA)

Segundo o cacauicultor José Mendes Filho, integrante da Câmara Setorial do Cacau, a discussão de aumentar o grau de concentração de cacau nos chocolates sofre pressão de grandes marcas.

"Sempre houve lobby da indústria para manter o chocolate com teor baixo de cacau, porque ele é caro. Gordura hidrogenada é barata."

O baixo teor leva fabricantes a "preencherem" o produto com açúcar e leite, por exemplo, que dão a doçura a que o paladar brasileiro está acostumado. "Educar o paladar do consumidor é o nosso maior desafio", diz Cíntia Lima, da Chocolat des Arts.

A indústria é alvo de críticas de quem aposta num paladar gourmet, com menos açúcar. Para Marco Lessa, criador da marca Chor e fundador do Festival Internacional do Chocolate e Cacau da Bahia, cuja sexta edição foi realizada em julho em Ilhéus (BA), esse chocolate "de supermercado" não pode ser considerado chocolate. "Eles não têm o percentual mínimo de cacau exigido por lei, que é 25%. Isso deveria ser chamado de achocolatado."

Produtos de marcas como Lacta, Nestlé e Garoto --que dominam as prateleiras do país-- não são considerados chocolates finos devido, primeiro, ao baixo teor de cacau.

Um produto meio-amargo como o Amaro, da Lacta, que tem 43% de cacau, segundo a empresa, ainda assim não entra na lista, diz Fabrice Lenud. "Não é só o cacau que conta. Não adianta ter 70% cacau e o resto ser ruim. Tudo --manteiga, torrefação-- tem de ser de qualidade."

Por aqui, o mercado de chocolates finos 100% nacionais está engatinhando.

Hoje, só 2% do faturamento da Harald (quarta maior empresa brasileira na produção de chocolate, atrás de Lacta, Nestlé e Garoto) vem de chocolates finos 100% nacionais, diz o fundador da marca, Ernesto Neugebauer.

"Estamos ganhando o cliente pela boca, abrindo o chocolate e dando para comer. Senão, em termos de produto fino, ele só quer saber de chocolate belga."


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