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Crítica restaurante Pequeno Chef Vivi tem receitas autorais Em ambiente hospitaleiro, com vista para a cozinha, serve cardápio inspirado e delicado JOSIMAR MELOCRÍTICO DA FOLHA A simples ideia de um restaurante autoral, pequeno, com o chef presente e um cardápio que muda com sua inspiração já dá água na boca -como faz o Chef Vivi. Não basta isso, é preciso também que tenha boa comida, claro, e, de preferência, ambiente agradável, preços suportáveis... Pois salvo em relação ao preço -menos leve que os pratos-, o Chef Vivi faz bonito nos outros itens. Sua cozinha é inspirada e delicada, e o ambiente, embora careça de tratamento acústico e ar-condicionado mais poderoso, é hospitaleiro com sua bela vista para a cozinha e para uma rua tranquila da Vila Madalena. E tem ali presentes a chef Vivi e sua sócia, a fotógrafa Poliana Pinto, sempre atentas ao salão. Vivi -ou Viviane Gonçalves- estudou e trabalhou como subchef na Inglaterra, onde viveu de 1998 a 2004. Daí foi para a China, onde, com a amiga Gabriela Alves, abriu o restaurante Alameda, bastante premiado em Pequim. Em 2010, de volta ao Brasil, estagiou nos restaurantes Maní e D.O.M., até a abertura da nova casa em 1º de dezembro último. POUCOS ELEMENTOS O restaurante tem poucos pratos que mudam todos os dias. Vivi faz uma cozinha de ingrediente, com poucos componentes e pequenas adições de sabor em receitas delicadas. Uma salada pode ser tão simples como: rabanetes fatiados com queijo de cabra, chicória de talo roxo e broto de girassol. Dispostos como se tivessem pousados lentamente do céu, encantam o olhar antes de serem abocanhados. Entradas podem ser mais intensas também -como as lulas com arroz tailandês, leite de coco, mix de brotos e pimenta-dedo-de-moça -mas ainda assim terão sutilezas no sabor. As combinações são atraentes, embora nem sempre -não estou certo de que o filé de robalo (com pimenta chinesa e molho de dendê) case bem com o purê de batata-roxa, que eclipsa o paladar do peixe. Tampouco o arroz negro com grãos, de difícil mastigação, parece compartilhar do "timing" do macio cordeiro com alho assado que ele acompanha. Mas dá gosto ver pratos vegetarianos mais imaginativos (como polenta com queijo mineiro, mix de cogumelos, cabotcha, cebolinhas, alho e alecrim). Ou um trivial filé perfeitamente malpassado (crocante e, por dentro, vermelho e quente), com legumes, emulsão de shoyu e ervas. O pavê de amêndoas chega desfazendo-se, quase creme, mas a panna cotta com frutas vermelhas não decepciona. E assim o promissor Chef Vivi convida a voltar.
CHEF VIVI * |
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