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Opinião

Já que é a última chance, não é melhor algo raro e especial?

JOSIMAR MELO CRÍTICO DA FOLHA

A questão do que comer no último jantar é divertida (quando hipotética), mas também ardilosa. A resposta, suspeito, tende a ser influenciada pelo momento.

Hoje, a voga é comida local, valores regionais, um viés afetivo. O que molda respostas dos profissionais da gastronomia. E se fosse há trinta anos? Na nouvelle cuisine francesa, provavelmente as respostas apontariam para ingredientes únicos e uma simplicidade blasée.

Alguém no corredor da morte, comendo há anos o grude da prisão, acredito que sonhe com a comida da mãe. Mas alguém em liberdade não preferiria, já que é a última chance, algo raro e especial?

Eu amo feijoada, mas... será que minha última refeição seria aquilo mesmo que já como toda semana?

Suspeito que eu me inclinaria mais para uma celebração única, como um sashimi de fugu (espécie de baiacu japonês, que é venenoso se não for filetado por um especialista diplomado). Mas um fugu de um peixeiro incompetente, peixe misterioso e letal (inclusive para acabar antes da hora com a festa dos carrascos).


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