Crítica restaurante
Djapa tem serviço de rodízio com itens mais ocidentais
Restaurante esbanja conforto, mas peca no acabamento apressado de sushis
O Djapa chegou a São Paulo em julho, mas já tem boa quilometragem no Estado: nasceu há dez anos em Arujá, e há sete tem uma filial em Mogi das Cruzes. Funciona nos moldes de um rodízio de carnes: como nas churrascarias, os pratos vão passando pelas mesas, e as pessoas vão pegando o que desejam.
O paralelo vai mais longe: assim como muitas churrascarias servem pratos japoneses (sushis e sashimis) --sempre ruins--, o Djapa também oferece itens mais ocidentais, como casquinha de siri, ostra gratinada, bolinho de bacalhau e pastéis.
Propriedade dos mesmos sócios da unidade de Mogi --Paulo Maruta, 45, fundador da marca, e José Miguel Hallage, 55--, o endereço paulistano esbanja conforto: ambiente amplo, mesas espaçosas e espaçadas, e decoração que inclui um deque circundando o salão principal.
Mas o central, para eles, é o sistema de serviço.
Que no entanto tem seus percalços. Os sushis, preparados por João Alcântara Lima, que trabalhou por dez anos com o sushiman Shundi Kobayashi, denotam o acabamento apressado. E ficam circulando pelo salão, o que não é lá muito indicado (o sushi ideal é comido logo depois de feito, com o arroz ainda morno, o peixe frio).
A propaganda diz que, ali, sushis e sashimis vão além do atum, salmão e "genérico" peixe branco --mas para mim vieram somente salmão e atum (em duas colorações --o mais claro, diziam, era o "peixe branco"; como duvidei, encontraram o peixe faltante --agulhão, branco, mas, como sempre, hiperoleoso).
Apesar da escola do sushiman, os sushis que circulam são monótonos, a menos que você peça alguma coisa diferente. Contando crus e cozidos, mais de 30 itens são teoricamente oferecidos --como temakis (13 tipos, mas se você não pedir, não passa).
A mesa vizinha, de habitués, pedia ostras, que até então não haviam sido oferecidas. Na minha, boa parte dos itens listados no cardápio também não chegaram --nem precisava, tanto se come ali.
Mas quem quiser mergulhar em tudo, além dos citados vai encontrar também espetinhos de carne, frango e camarão, um tempura massudo de legumes, lula empanada e em vinagrete, ceviche, carpaccio de salmão, frango xadrez e por aí vai.
Não deixa de ser um rodízio meio diferente, mas não diria que para melhor: apenas um rodízio, com seus defeitos habituais, ainda que se destaque pela fartura de itens.
DJAPA (regular)
ENDEREÇO r. Gaivota, 168, Moema; tel. (11) 2691-2003
HORÁRIO de seg. a qui., das 12h às 15h e das 19h às 23h; sex., das 12h às 15h e das 19h à 0h; sáb. das 12h à 0h e dom., das 12h às 22h30
AMBIENTE amplo e confortável, com 150 lugares espaçados
SERVIÇO aquela coisa de rodízio, mas com maîtres atenciosos
VINHOS carta modesta, com duas dúzias de vinhos na maioria simples e baratos
PREÇOS rodízio executivo, R$ 39,90; rodízio, R$ 64,90