Crítica - Restaurante
Junji se sai bem ao servir sushis em shopping
Cuidado com ingrediente e execução valem experiência na casa de alta rotatividade do sushiman Jun Sakamoto
Servir sushis de alta qualidade em alta rotatividade não é fácil, ainda mais quando se tem uma grife a zelar --exatamente o caso do Junji, aberto no shopping Iguatemi pelo sushiman Jun Sakamoto.
Aos 49 anos, Sakamoto segue sendo o melhor sushiman do Brasil, mesmo ante o crescimento da concorrência, inclusive de bons profissionais chegados do Japão (e que prosperam em boa parte graças à seara aberta por ele).
Acontece que o melhor do seu trabalho não se dá nas mesas do restaurante que leva seu nome, aberto em Pinheiros há 14 anos, mas sim no balcão onde os sushis são preparados um a um e imediatamente entregues ao cliente, ainda na temperatura e formato exatos.
O novo Junji tem apenas o serviço de mesas e sofreu com a abertura em pleno dezembro, em um shopping.
Mas saindo-se bem. Mesmo considerando que os preços não são tão baratos, a qualidade dos ingredientes e o cuidado na execução compensam a experiência. Pois mesmo quando se quer comer em pouco tempo, é preciso comer bem.
E um detalhe não é desprezível: os pequenos pincéis disponíveis para que clientes temperem seus peixes com shoyu, ajudando a não encharcar o arroz nas tigelinhas do líquido. É uma forma elegante e sem arrogância de ensinar como apreciar melhor aquilo pelo que não se está pagando pouco.
Voltando aos ingredientes, é bom saber que, mesmo naquele clima frenético, e na escala pequena, se você pedir toro, ainda que meio tarde da noite, a casa provavelmente terá; se quiser vieiras, elas chegarão tenras; e ainda contará com variedades como olho-de-boi, serra e carapau (além do novidadeiro e gostoso beijupirá).
Há também entradas (como ostras com ovas de salmão e molho ponzu) e opções de teishoku, refeição com carnes na chapa (rib-eye, frango) ou peixes (como a merluza marinada em missô) acompanhados por arroz, sopa e duas guarnições.
São boas opções para o almoço, mas, como na casa-mãe, não atraem tanto quanto os sushis.
O Junji nasceu da sociedade de Sakamoto com o dono do ponto onde funcionava a casa de caviar Petrossian, Toninho Abdalla, e o dono da Baked Potato, Carlos Alberto Barreto. Entre caviar e batata, impera agora um bom sushi.