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Escolas de gastronomia e sites lançam cursos on-line para os cozinheiros iniciantes e iniciados
Em uma cozinha colorida, a chef reúne panelas antes de explicar termos em francês. Pause, não entendeu? Volta. Ela fala sobre as diferenças entre caldos claros e escuros e... pause. Não dá tempo de ver? Mais tarde você retoma.
Nesta escola, o aluno não sente os aromas da receita, mas pode ver com detalhes, e de novo, o que a professora ensina. As aulas de culinária vêm ganhando espaço na internet. São mais baratas do que as presenciais, mas competem com um vasto mundo de gente que ensina receitas de graça na web.
Por que, então, pagar por isso? Com preços variados (veja nesta página), os cursos podem valer se forem ministrados por profissionais e se oferecerem canais para tirar dúvidas. Além disso, devem levar em conta a evolução do aluno, do principiante ao mais experiente.
Nesta terça-feira (4) entrou no ar o curso on-line da escola Dedo de Moça, com vídeos curtos para iniciantes, hospedado no UOL (do Grupo Folha). "As aulas na internet quebram barreiras de território e cabem no bolso de muita gente [custam até R$ 59,90]", diz a chef Patricia Abbondanza, da Dedo de Moça.
A Escola Wilma Kövesi deve se lançar em três meses na rede. O curso para principiantes, que ministra há 30 anos, será o primeiro com versão on-line. Um pouco mais enxuto –com oito aulas de 45 minutos (o original tem seis aulas de três horas), custará cerca de 30% menos do que os R$ 1.296 do presencial.
Condensar conteúdo e não estar próximo do aluno exige adaptações. "A experiência faz com que a gente consiga antecipar as questões, apesar de faltar o retorno imediato do outro lado, balançando a cabeça porque não entendeu ou feliz com a aula", diz Marina Hernandez, professora da Wilma Kövesi.
Se a distância do professor pode gerar insegurança, a interatividade virtual ajuda.
Esse é o ponto forte do site de cursos eduK, que tem hoje a gastronomia como principal setor. As aulas ao vivo têm chat entre alunos e moderadores. "Há muitos regionalismos na cozinha. Outro dia perguntaram se era possível substituir o doce de leite por pasta de cupuaçu", conta Robson Catalan, cofundador do site, que não cobra pelas aulas ao vivo, mas pelo o acesso às gravadas.
A possibilidade de rever as aulas é uma grande vantagem, na opinião do confeiteiro Diego Lozano, da escola de mesmo nome. "Isso facilita o aprendizado."