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Cozinha sentimental memórias na ponta da língua

Chef de terreiro

Filha de santo formada em faculdade de gastronomia faz receitas do candomblé em São Paulo

DENERVAL FERRARO JR.
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Nesta semana, os paulistanos poderão experimentar a comida dos santos feita por uma autêntica iabassê, a chef Carmen Virginia, 35.

Nos dias 3 e 4 ela vai cozinhar no restaurante Na Cozinha. A casa promoverá o menu Águas de Oxalá, no almoço e no jantar, com receitas do candomblé. No dia 6, às 19h, será a vez de visitar a cozinha do Bar da Dona Onça.

A iabassê é a responsável pela cozinha nos rituais do candomblé. Um cargo de respeito e admiração no terreiro: pela crença, dividir comida com os orixás garante sua presença na vida dos humanos e alimento em sua mesa.

Dona Carmen começou a ser preparada para o cargo aos 14 anos, e seu primeiro prato foi o beguiri -caruru com rabada sobre angu de farinha de milho. "É um prato do meu orixá, Xangô", diz.

APRENDIZADO

Dona Carmen tomou gosto pela culinária com a avó materna. Para ser respeitada também fora da sua comunidade, resolveu ingressar na faculdade. Cursou gastronomia no Senac Pernambuco.

Ali, descobriu que a avó conhecia ainda mais de cozinha do que ela imaginava. "Ela cozinhava a galinha lentamente, 'nadando' na gordura de porco. Eu não sabia, mas aquilo era um 'confit'."

Seu projeto é transformar a casa onde mora em um restaurante só para servir o banquete dos orixás. Como é algo que não depende dela, já que tem de esperar a ajuda de investidores, diz ter colocado o sonho "na conta do que é para os orixás cuidarem".

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