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Crítica Restaurante

Português é simples e tem bons preços

Da Terrinha serve bom bacalhau, que custa o mesmo que uma massa comum em muitos lugares

Isadora Brant/Folhapress
Bacalhau Gomes de Sá, com lascas salteadas na frigideira com ovo, cebola e batata, é uma das versões oferecidas na casa
Bacalhau Gomes de Sá, com lascas salteadas na frigideira com ovo, cebola e batata, é uma das versões oferecidas na casa

JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA

É sempre um prazer descobrir lugares simples, mas com alguma competência gastronômica e preços suportáveis, como a Tasca da Terrinha.

O nome ingênuo e prosaico parece confirmar que ali há mesmo DNA português: Norberto Moutinho, 30, nasceu em Portugal e chegou a São Paulo em 2006, aqui passando por A Bela Sintra, Bacalhoeiro e, como sócio, no Tasca da Esquina. Seu sócio, Gilberto Mota, é filho de portugueses e trabalha com gastronomia desde 1987.

Mas com ou sem pedigree, é gostoso constatar que dá para comer decentemente sem gastar muito. E olhe que o bacalhau é um dos pratos favoritos dos brasileiros -e, por ter sido barato no passado, tornou-se um item popular. Hoje é iguaria caríssima, e, pior: normalmente intragável, porque malfeita.

Aí você vai para Moema (não para as ruas que viraram circuito de bares e restaurantes), num lugar simples (mas não um boteco "moderno" com azulejos); ali pede um prato de bacalhau (que custa o mesmo que uma massa comum em muitos lugares), mas nos melhores portugueses custará R$ 100...

E o prato está gostoso. Acompanhado de um vinho que pode ser adequado (a oferta é minúscula, mas se você gosta de vinho não ficará na mão). E pronto.

BOM BACALHAU

São mesmo pouquíssimos pratos, apenas 12, principalmente bacalhau e bifes. E nem tudo às mil maravilhas -por exemplo, na entrada, as lulas salteadas na frigideira com batata e limão são mais duras, com muito sal e sem a delicadeza do aroma do mar.

Em compensação, também como entradas, os bolinhos de bacalhau são bem competentes (sem excesso de sal, cremosos, crocantes), assim como o potinho de bacalhau (em lascas, com batata portuguesa e azeite).

O mesmo bacalhau reaparecerá, em cinco versões, entre os poucos pratos principais. O bacalhau à Brás (desfiado, com batata palha, azeitona e ovo) não tem a umidade cremosa que o ovo deveria conferir.

O bacalhau "Da Terrinha", normalmente chamado bacalhau espiritual (creme de bacalhau gratinado com azeite extravirgem), não chega a ter a cremosidade pecaminosa dos melhores. A melhor surpresa será o bacalhau no forno (posta assada com batata e azeite bom), onde as fatias estarão como se deve, alvas e flocadas, sem excesso de sal, úmidas e suculentas.

O óbvio, você talvez dirá (já que é assim que sua mãe faz em casa), mas difícil de encontrar em restaurantes.

A outra seção oferece bifes (corretos) que podem ter temperos pouco portugueses (como a mostarda) e adornos bem-feitos como o ovo frito. E se foi tirado todo o possível excesso de sal do bacalhau, da mesma forma não sobra açúcar (colocado comedidamente) no toucinho do céu.

TASCA DA TERRINHA

ENDEREÇO al. dos Aicás, 1.501, Moema, tel. 0/xx/11/5096-2569

AMBIENTE bem simples e rústico, mas agradável

SERVIÇO um tanto simples, ou simplório. Mas, ao menos, simpático

VINHOS oferta minúscula, ao menos guardados em adega climatizada

FUNCIONAMENTO de terça a sábado, das 12h às 15h e das 19h30 às 23h30; domingo, das 12h às 17h

CARTÕES A, M e V

ESTACIONAMENTO com manobrista, R$ 10

PREÇOS entradas, de R$ 8 a R$ 28; pratos principais, de R$ 28 a R$ 85 (duas pessoas), sobremesas, de R$ 5 a R$ 13

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