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Crítica / Restaurante Fishbar aposta em bons pescados Com pinta de bar, restaurante serve cozinha do mar, de ar mediterrâneo, especialmente da Espanha JOSIMAR MELOCRÍTICO DA FOLHA Restaurantes de peixe com alguma qualidade são artigo raro em São Paulo. O novo Fishbar disputa esse universo, mesmo com cardápio curto e pinta de bar (nem por isso acanhado ou desconfortável; o sócio Hélio Saraiva Junior, 53, idealizador da casa, já teve casas noturnas). O terraço tem teto retrátil e luz natural. O salão é decorado com objetos e quadros que remetem ao mundo náutico. E a cozinha, do mar, tem ar mediterrâneo mas especialmente espanhol. Não à toa, o chef-consultor (que sempre estava na cozinha em nossas visitas) é um catalão de Barcelona. Com 29 anos, Oscar Bosch, no Brasil desde 2010, passou a vida imerso no restaurante do pai, o Can Bosch, há 25 anos com uma estrela no "Michelin". Mas também passou por restaurantes de importantes conhecidos na região -como El Bulli e Celler de Can Roca (mais longe, também pelo ótimo belga Hof Van Cleve). Sua cozinha mostra um lado moderno mas bastante contido. As novidades estão mais no paladar do que no visual, em pratos de apresentação convencional que dialogam com a tradição espanhola. O consultor tem a seu lado o chef paulista Pedro Echeverria, 24, com estudos e estágios na Espanha. Entradas como o fumegante camarão refogado no alho e azeite são típicos, sem nada de especial. Já as brochetas de polvo chamam a atenção -o polvo é espesso e macio, fincado sobre batatas cozidas num ponto quase cremoso (mas o anunciado pimentão em pó, que daria um colorido de sabor, quase não aparece). O tartare de atum tem peixe de boa qualidade, picado grosso, servido com gaspacho de pepino e ostras empanadas (que eu esperaria mais crocantes). Vale experimentar o escondidinho de polvo, feito com purê de batata sedoso envolvendo berinjelas na brasa (que dão um perfume especial ao prato), e espuma de alïoli. Detalhe: mesmo com origem espanhola, a equipe garante que a perfeita textura dos purês não é obtida com equipamentos como o thermomix, mas com batedor tradicional e azeite de oliva. A mesma textura aparece também no purê de mandioquinha, acompanhando o robalo com vinagrete de tomates e azeitonas pretas (mesmo com o ingrediente brasileiro, é um prato de sabor definitivamente mediterrâneo). Como esse robalo, também o atum na chapa vem com bom ponto (nesse caso, vermelho no centro, acompanhado de homus, páprica picante e ragu de chorizo espanhol). Os camarões-pistola com batatas amassadas chamam menos a atenção. A tarte tatin, feita individualmente, é um gostoso final. FISHBAR
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