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O faminto - André Barcinski

Comida sem frescura

Histórias de pescador

O Bar do Plínio oferece tilápia, pacu, anchova, tucunaré, pintado, dourado e até carne de jacaré

Algumas iguarias não são fáceis de achar em restaurantes de São Paulo. Já escrevi aqui sobre a dificuldade em encontrar um bom miolo empanado na cidade, por exemplo.

Outra delícia rara é peixe de água doce. Há vários restaurantes que servem pintado ou tambaqui, mas não é fácil achar lugares um com grande variedade de peixes de rio.

Há algumas semanas, tomei vergonha na cara e fui ao Bar do Plínio, na zona Norte (r. Bernardino Fanganiello, 458), meca dos apreciadores de peixes de água doce.

O bar existe há 32 anos numa esquina simpática da Casa Verde. É um barzão desses com mesas na calçada e fregueses que já conhecem os garçons pelo nome.

O dono é Paulo Plínio Nani, 54 anos e pescador desde os dois. "Não é história de pescador não", jura Plinio. "Minha família morava na frente de um rio. Um dia, eu sumi e meu pai me achou na beira do rio, com uma varinha na mão, fingindo que estava pescando."

Quem abastece o restaurante é o próprio Plínio, que faz pelo menos 15 pescarias por ano no Pantanal, no Amazonas, e no interior de São Paulo. Como existe limite de peso para pescas no Pantanal, ele compra peixes de fornecedores de lá.

O Bar do Plínio oferece tilápia, pacu, anchova negra, tucunaré, pintado, dourado e até carne de jacaré, comprada de um fornecedor de Caceres, no Mato Grosso. Tudo legal, autorizado e com nota fiscal, garante Plínio.

A oferta de peixes depende não só da época do ano, mas do lugar onde Plínio foi pescar. "Quando vou ao interior de São Paulo, costumo voltar com piaus e pacus, que os clientes também gostam." O peixe mais pedido da casa é o aruanã.

"É um peixe amazônico de carne macia e deliciosa", diz Plínio.

O pescador avisa: de abril a julho é a época dos chamados peixes "de couro", como jurupecês, jurupocas e mandubás, todos deliciosos e muito apreciados pelos clientes.

No fim do mês, Plínio vai pescar. "Já tem gente esperando pelos mandubás", garante.

NA PRÓXIMA SEMANA, NO "COMIDA":
Alexandra Forbes

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