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Escocês com tudo

O uísque da Escócia, que envelhece no mínimo três anos em barris de carvalho, chega ao Brasil em volume recorde; saiba mitos e verdades sobre o destilado com maior diversidade de aromas

LUIZA FECAROTTA
DE SÃO PAULO

Com 48% de aumento em relação ao ano anterior(de £ 67 milhões para £ 99,2 milhões -ou de R$ 208 milhões para R$ 307 milhões), o Brasil bateu o recorde de importação de uísque escocês em 2011 e, num cenário de crise internacional, teve a maior expansão em todo o mundo.

Divulgados pela Scotch Whisky Association, a organização oficial da indústria da bebida na Escócia (o maior produtor), os dados mostram que o nosso país também é líder de consumo, em volume, na América Latina -foram 13 milhões de litros no ano passado.

Na lista mundial, os brasileiros foram o oitavo maior comprador da bebida, atrás dos americanos e franceses.

"Uísque está na moda e, quanto mais as pessoas conhecem o produto, mais o consumo cresce", diz o especialista na criação de coquetéis Márcio Silva, que tem incorporado a bebida a seus drinques.

A quebra de preconceitos em relação a esse destilado -como a ideia de que ele só deve ser tomado puro, sem gelo; de que não combina com comida; e de que quanto mais velho, melhor- ajuda a elevar o consumo.

PRAGA DOS VINHEDOS

Surgido na Irlanda no século 12, esse destilado, que combina água, levedura e cevada, ganhou a Escócia no século 16. Foi espalhado provavelmente pelas mãos dos monges irlandeses, que aplicaram sua habilidade de destiladores nas fazendas daquele país depois que os monastérios se diluíram.

No século 19, durante o reinado da rainha Vitória, a bebida se tornou popular na Europa, quando a praga filoxera devastou os vinhedos da França e deslocou o consumo de vinhos e conhaques para o de uísque.

Em outros países, como Estados Unidos, Japão e Índia, o uísque também é feito de trigo, milho e centeio. Os com ao menos 51% de milho são considerado "bourbon".

Para ser um "single malt", a bebida deve ser gerada de apenas um malte, de uma única destilaria.

'BLENDS'

Hoje, segundo a Diageo, a maior fabricante do destilado escocês, 94% dos uísques vendidos são "blends", ou seja, misturas de destilados de diferentes grãos, envelhecidos em diferentes barris ou por diferentes períodos. Assim, alcançam maior complexidade e mais equilíbrio.

À mesa, a sugestão é identificar o aroma predominante da bebida. "Se for um uísque defumado, combina com queijos azuis e salmão defumado, por exemplo", diz o especialista Murilo Marques.

E ainda há os frutados, os florais, os herbais... "É o destilado que tem a maior variedade de aromas."

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