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Crítica restaurante

Pitanga tem mais doces do que pratos

Sala agradável, com peças artesanais, convida a jantar, mas entradas lembram porções de bar

JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA

Depois de anos animando os almoços da Vila Madalena com seus almoços em bufê, servidos num aprazível ambiente de casa brasileira de interior, o restaurante Pitanga dá um pulo para uma nova fase, ainda longe de se provar positiva, abrindo à noite para jantar à la carte.

A mudança vem na esteira da venda do restaurante, que existia desde 1997. Em maio do ano passado ele foi comprado pelo chef Rodrigo Tambelli, que mais tarde incorporou dois cunhados à sociedade, a psicóloga Patrícia Carla Dias, 40, e o economista Vagner Gomes Martins, 45.

O paulistano Tambelli, 38, tinha carreira como professor de educação física até estudar gastronomia, formando-se em 2008. Estagiou no bufê Neka Gastronomia, foi ajudante de cozinha no grupo Fasano e cozinheiro no Kaá.

Em 2010 tornou-se professor de gastronomia da Hotec, em paralelo ao trabalho como subchef do Pecorino. No início de 2011, trabalhou como cozinheiro no restaurante Brooklin até assumir o Pitanga em maio.

Em contraste com a fartura inerente aos bufês de almoço, o novo cardápio do jantar é curtíssimo, e ainda pouco alinhavado. A sala agradável, com pequenos trabalhos artesanais pelas paredes (e uma intrusa televisão no alto -pelo menos sem som), convida a jantar, mas a seção de entradas lembra mais a de petiscos de um bar.

É onde se oferecem uma lula frita sequinha (mas durinha), as pataniscas (pedaços de bacalhau empanados, melhores), bolinhos de presunto e queijo e bruschettas.

Os pratos principais são apenas 11. Há dois peixes -um deles, a anchova negra servida com molho tare e purê de banana-da-terra com gengibre, é atraente, com contraste de sabores e peixe delicadamente chapeado.

Entre as massas, o fettuccine com camarões deixa a desejar: a massa não se envolve no molho de azeite e ervas, que desaparece, e os camarões são cozidos demais.

Os dois pratos de carne bovina são preguiçosos -variações do filé-mignon: escalope com risoto de abóbora e nozes (este, sem sabores marcantes) e medalhão com fettuccine ao gorgonzola, de molho espesso -as carnes respeitam os pontos pedidos.

Curiosamente, o capítulo de sobremesas tem muito mais itens -quase 20- do que os pratos principais.

A mousse de queijo com calda de goiaba é uma boa ideia, mas sem tanto sabor. As compotas (caju, banana, goiaba) têm sabor brasileiro.

O conjunto da experiência é modesto para quem quiser fincar os pés na concorrida noite da Vila Madalena.

PITANGA
ENDEREÇO rua Original, 162, Vila Madalena
tel. 0/xx/11 3816-2914
FUNCIONAMENTO ter. a sex., das 12h às 15h e das 19h às 0h; sáb., das 12h às 17h e das 19h às 0h; dom., das 12h30 às 17h
AMBIENTE tem um ar tranquilo de casa do interior, com peças de artesanato nas paredes e uma dispensável televisão ligada (pelo menos, sem som)
SERVIÇO à noite, com pouco movimento, tem apenas um garçom, com pouco trabalho
VINHOS alguns rótulos de bom preço, numa oferta modesta basicamente de Chile e Argentina
CARTÕES A, D, M e V
ESTACIONAMENTO com manobrista, custa R$ 15
PREÇOS couvert, R$ 6; entradas, de R$ 18 a R$ 33; pratos principais, de R$ 29 a R$ 56; sobremesas, de R$ 8,50 a R$ 14; bufê (apenas almoço): seg. a sex., R$ 45; sáb. e dom., R$ 49

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