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Do jeito que o quiabo gosta

Ele é feio, tem pelo e baba -mas pode virar papa fina. Refogado, cozido, assado ou grelhado, ele sai do papel de coadjuvante para virar astro em pratos de chefs renomados

JULIANA SAAD
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Pelas mãos de dona Nelsa Trombino, 70, já passaram quilos e quilos de quiabo. Há 25 anos no comando do restaurante Xapuri, na capital mineira, um de seus pratos mais famosos é exatamente o frango com quiabo.

Enquanto alguns torcem o nariz, lembrando da baba ou da aparência do ingrediente, outros são capazes de viajar quase 600 km salivando, só para provar a tradicional receita de dona Nelsa.

Cansado de ser discriminado pelos gourmands mais resistentes aos seus encantos, o quiabo se rebelou. E foi parar na cabeça de chefs de São Paulo e Rio, que imaginaram para ele preparos diferentes.

Resultado: agora tem caviar vegetal, feito com a semente do quiabo; casamento de quiabo com foie gras; e transformação, pela presença do quiabo, de receita francesa em receita do sertão.

Como aponta o texto de análise na página F5, as recentes pesquisas com o ingrediente, feitas por chefs como Roberta Sudbrack, provam que ele ainda não completou toda a sua trajetória culinária. Mais do que isso, esse estudo e a criação de novas receitas mostram que a renovação dos usos do quiabo vai assegurar o futuro de um ingrediente mergulhado na tradição da culinária popular.

Agora, o quiabo é "cult". Os outros ingredientes já podem começar a babar.

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