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Crítica / Restaurante

Peixaria divide espaço com restaurante

Pescados ficam expostos para a escolha do cliente e são processados na hora pela casa

JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA

É cada vez mais difícil pensar no surgimento de algo original no cenário -tão variado- de restaurantes da cidade. Pois A Peixaria foge à regra e é original, mesmo.

Até pelo nome, que não é alguma metáfora, mas a pura descrição do lugar: uma peixaria. Que tem algumas mesas de restaurante.

Pra não dizer que é simples assim, é bom avisar que no fundo, no fundo, a vocação do lugar é mais a de restaurante, com o charme de ter um atraente mostruário de seu produto principal.

Os pescados ficam ali exibidos para a escolha do cliente, e tão logo selecionados, têm as mãos do peixeiro para pesá-los e cortá-los -há grandes badejos e garoupas, cavaquinhas, lagostins, vermelho, camarões. Eles podem ser fritos, assados, grelhados.

Fritos, eles chegam à mesa envoltos por uma camada muito espessa de massa, que oblitera seu sabor (como aconteceu com um vermelho). Grelhados, eles ganham mais viço, embora não sejam exatamente "grelhados" -passam na chapa e logo depois vão ao forno. E ficam bem, embora as postas mais grossas oscilem de ponto (caso de uma garoupa praticamente crua no centro).

A terceira possibilidade é que sejam assados (em geral, inteiros) dentro de uma crosta de sal, o que lhes mantém uma gostosa umidade.

Há uma inspiração espanhola no ar -o casal de proprietários, Cauê Tessuto, 28, e Natália Andrea Pacheco, 22, trabalhou em cozinhas na Espanha um bom tempo. No caso dele, isso incluiu experiência com Martín Berasategui.

Mas foi de volta ao Brasil, com Cauê trabalhando no Eñe do Rio, que o casal decidiu abrir seu negócio, inspirado no carioca mercado de São Pedro -onde se compra o peixe no piso inferior e se leva para os botecos do andar de cima, que cobram pela fritura.

Menos rústico, o restaurante da dupla aqui tem uma bonita apresentação dos pratos, que além das três preparações básicas, incluem bons acompanhamentos.

O polvo à galega (cozido, com batata e páprica) é uma boa opção para começar, bem como os camarões al ajillo (refogados em azeite de oliva, alho e pimenta-caiena).

São três os acompanhamentos, pedidos à parte. Os minilegumes, bem tenros, com purê de mandioquinha; as batatas cozidas em azeite com cebola, pimentão assado e orégano; e um gostoso arroz-bomba (variedade espanhola) com legumes. Na sobremesa, crème brûlée de laranja com bolacha de cacau e frutas vermelhas.

A PEIXARIA n-1
ENDEREÇO R. Canário, 745, Moema, tel. 0/xx/11 5051-0575
FUNCIONAMENTO ter. e qua., das 12h às 16h; qui., das 12h às 16h e das 20h às 23h; sex. e sáb., das 12h às 17h e das 20h às 23h; dom., das 12h às 17h
AMBIENTE a entrada é uma peixaria; acima, o pequeno salão
SERVIÇO afável e despretensioso
VINHOS oferta minúscula e, curiosamente, mais tintos do que brancos
CARTÕES A, D, M e V
PREÇOS entradas, de R$ 9,50 a R$ 42; peixes, preço de mercado + R$ 10 por pessoa; carnes, de R$ 45 a R$ 49; guarnições, de R$ 11,50 a R$ 17; sobremesas, de R$ 16 a R$ 17

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