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Crítica Restaurante

Brasil e Argentina se encontram em Perdizes

Dibaco serve opções nacionais, como picanha, e pratos do país vizinho, caso do asado de tira, feito da costela

JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA

Da mesma forma que em muitos países há "rodízios brasileiros" sem nenhum brasileiro na operação, hoje no Brasil não faltam casas de parrilla sem nenhum argentino -caso da Dibaco, no bairro de Perdizes.

O Brasil tem uma tradição própria de churrasco, mas é muito comum que se use o prestígio dos nossos vizinhos.

Chegando a exageros de uso da imagem: na Dibaco explica-se que o ponto da casa "é aquele argentino, vermelho", quando, pelo contrário, lá a carne é normalmente mais passada.

Já para a média das melhores churrascarias paulistanas, o ponto servido na Dibaco é bem satisfatório. Ou, pelo menos, em geral a carne vem no ponto escolhido.

Aberto no fim do ano passado, o restaurante sucede experiência anterior -a churrascaria Ladrillo, que funcionou de 2007 a 2011- na qual havia debutado na área o sócio Murilo Canassa, 34, administrador paulistano.

Mudando de Moema para Perdizes, onde agora tem como sócia a analista de negócios paulista Lie Tsuji, 40, Murilo foi motivado pela descoberta do casarão de esquina construído em 1909, e cujo andar térreo foi inteiramente dedicado a abrigar uma ampla adega, com espaço para degustação de vinhos.

O cardápio não é muito extenso e tem aquela combinação de itens argentinos e brasileiros que se tornou característica de nossas churrascarias. Não há um prato de parrilla completa, com vários miúdos, como na Argentina, mas não faltam alguns pratos tradicionais de lá.

Por exemplo, entradas como empanadas (de carne e queijo com cebola, ao forno, mas de massa folhada, não a tradicional), matambre, molleja e morcilla -além de cortes bem típicos como o asado de tira, feito da costela.

PICANHA E FAROFA

No lado brasileiro, além da picanha (em três versões, uma delas sem gordura), há itens como a boa farofa de ovos com bacon e salsinha e até um filé à parmigiana (que, como se sabe, é brasileiro, na Itália não existe), preparados pelo chef Fábio Lima, 31, que já trabalhava na Ladrillo.

Uma oferta ainda rara, mas sempre atraente, é a do corte que eles chamam de cejas -a capa do bife ancho (ou contrafilé), que é macia, mas com bela fibra. Pena que justo nela o ponto estava, aí sim, como na Argentina, nem mesmo rosado (passou muito).

Mas não houve erro em cortes como o robusto bife ancho ou a fraldinha, escoltados pela boa farofa, arroz biro-biro e batatas infladas (com alho e salsinha) muito bem-feitas, crocantes e sequinhas. Depois, tradicionais panquecas de doce de leite, nada especiais (e bem doces).

DIBACO n-1

Endereço R. Cardoso de Almeida, 1.065, Perdizes
tel. 0/xx/11/3569-0024
Funcionamento de segunda a sexta, das 12h às 15h30 e das 18h30 à 0h; sábados, das 12h à 0h; domingos, das 12h às 18h
Ambiente um simpático casarão centenário de esquina, com o primeiro andar todo dedicado à adega com local de degustação
Serviço bem profissional
Vinhos oferta variada, abrangendo novo e velho mundos, com preços moderados
Cartões A, D, M e V
Estacionamento com manobrista, ao custo de R$ 15
Preços couvert, R$ 9; entradas, de R$ 7,80 a R$ 31; pratos principais, de R$ 35 a R$ 86; acompanhamentos, de R$ 16 a R$ 28; sobremesas, de R$ 6 a R$ 29

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