Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Comida

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Crítica Restaurante

Jiquitaia faz cozinha brasileira com bons preços

Na casa despretensiosa liderada por dois irmãos no bairro da Consolação, nenhum prato custa mais do que R$ 39

JOSIMAR MELO CRÍTICO DA FOLHA

E a cozinha bossa nova -essa mistura de traços brasileiros pincelados com a influência do jazz, digo, da moderna cozinha internacional- continua produzindo rebentos, como o Jiquitaia.

O simpático restaurante existe há um ano, brindando o público com pratos modernos -mas de base bem familiar para o consumidor- num lugar despretensioso e com preços que mais do que compensam a qualidade.

São dois irmãos de Londrina (PR) que tocam o empreendimento. Marcelo Corrêa Bastos, 30, é advogado, mas alguns anos atrás decidiu estudar gastronomia -que praticava de forma amadora.

Formou-se em 2011 e, para ganhar experiência, primeiro trabalhou em outras casas. Foi estagiário e cozinheiro em restaurantes, como Vira-Lata, Sal e Porto Rubaiyat, até chamar a irmã como sócia, a economista Carolina Corrêa Bastos, 29.

A dupla não queria bater no velho bordão da cozinha "franco-ítalo-mediterrânea" ou algo assim. Marcelo optou por ter como principais inspirações as cozinhas brasileiras, do marreco recheado de Santa Catarina ao tacacá do Pará.

E é o que vemos -realizado com capricho e "low-profile". E com preços bem convidativos: nenhum prato custa mais do que R$ 39, e o menu completo (entrada, prato principal e sobremesa) fica por R$ 55 (o do almoço, R$ 35, com itens apetitosos como a polenta com ragu de costela e tainha escalada -ou seja, seca ao ar livre- com pirão).

Mas o milagre do preço não é fruto de pratos preguiçosos, correntes e de ingredientes baratos. São bem pensados e trazem essa inspiração brasileira modernizada que tem tanto a nos dar ainda.

Entradas como batata-doce com queijo gorgonzola e castanha-do-pará são tudo, menos óbvias, e têm a seu lado um peixe marinado (com mais cara de ceviche, na verdade) e linguiças artesanais gostosamente picantes.

O Brasil aparece na veia com a moqueca de peixe com camarão; e lembrando as origens portuguesas, há um arroz de pato bem molhadinho, no estilo lusitano, mas com tucupi à moda amazônica e o magret da ave, como na França.

O cardápio tem até uma influência da terra do jazz, na costelinha de porco com barbecue de tamarindo. Mas aqui, no lugar do molho xaroposo do tio Sam, a acidez vence o açúcar, numa combinação bem mais equilibrada.

Agora no registro França-Brasil, a sobremesa pode ser uma mousse de chocolate servida com creme de cupuaçu. Ou para ter novamente Brasil na veia, goiabada com creme de queijo.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página