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Crítica - Restaurante
Bom nos vinhos, mas fraco na cozinha
Rubi Wine Bar, no Jardim Paulista, concentra suas melhores sugestões na ala das entradas
A menção a um wine-bar costuma remeter à ideia de um lugar sofisticado, pomposo, cheio de vinhos caros e ocupado por esnobes. O oposto do que é o Rubi Wine Bar. Fica nos Jardins, sim. Mas é despojado, simples até.
E uma carta de vinhos sem firulas. Nem é gigante, nem é cara: é mais para um apreciador descontraído, que não faz questão (e/ou não tem meios) de beber os grandes e caríssimos ícones.
O Rubi, no entanto, não se detém nas pessoas que vão ali provar vinhos em taça de bom preço. E vem divulgando sua gastronomia. Mas por aí está seu fraco.
Os sommeliers Fabiano Aurélio, 41, e Tony Araújo, 33, se conheceram quando trabalhavam no A Figueira Rubaiyat. Para montar o negócio, compraram um lugar já existente: o Rubi nasceu em 2011, e eles o assumiram em 2012.
Depois de pequena reforma, resolveram dar destaque para a cozinha e, para isso, chamaram como consultora a chef Renata Braune, que compôs um menu eclético.
Nele há uma boa seção de entradas para acompanhar os vinhos: seleção de queijos e de frios, tapas espanholas (croquetas de presunto serrano, batata com molho picante) e de outras origens (polenta grelhada com ragu de linguiça calabresa).
As "bruschette" aparecem em cinco versões, como a de berinjela, tomate e abobrinha ao pesto.
Mesmo tendo poucos pratos, há um problema recorrente na descrição deles. Quando leio "champignons recheados com queijo de cabra, ao forno com tomate e tomilho ao azeite", imagino graúdos cogumelos recheados, mas são na verdade fatiados, e o restante é cobertura.
"Escalope al limone" remete, é claro, à receita italiana (escalopes de filé salteados na manteiga com suco de limão), mas o que vem é um filé na chapa com um molho de creme de leite e limão. O creme de leite também aparece, sem ser anunciado, no espaguete à carbonara.
Descontando enunciados, é nas entradas e tapas que fica o melhor do menu -exemplo, a panelinha de camarão ao curry com torradinhas de ciabatta, que poderia ser mais picante, mas agrada.
O ossobuco com risoto à milanesa é agressivo no alho, mas o bife ancho ao cabernet com batatas ao alho assado entrega o que promete.
