São Paulo, quinta-feira, 02 de junho de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros CRÍTICA RESTAURANTE Pomodori passa por transição confortável Cardápio mantém alguns pratos consagrados, como a carne de porco em quatro versões com purê de batatas JOSIMAR MELO CRÍTICO DA FOLHA A recente e espalhafatosa saída do chef Jefferson Rueda (expulso da casa pelo advogado da ex-sócia no almoço) causou apreensão em relação ao destino do Pomodori, que afinal é um patrimônio da nossa gastronomia. Não é função deste espaço de crítica fazer a arqueologia do desentendimento entre os antigos sócios. Mas é imperioso acompanhar o que vai se passar com a cozinha. Assim, ao receber o comunicado de que a casa lançava um novo cardápio, lá se abalou o crítico para conhecer quais foram as mudanças. Afinal, não é pouca coisa a saída de um chef que conquistou tamanho respeito. Relembrando: o Pomodori foi inaugurado em 2003 pela empresária Marina Thompson com um talentoso chef, Rodrigo Martins. Ao grupo mais tarde associou-se Jefferson Rueda, e o Pomodori passou a ter o luxo de dois chefs brilhando numa cozinha dedicada apenas a uma pequena sala. Com a posterior saída de Martins, Rueda ficou no comando, enquanto o Pomodori passava por transformações, duplicava o espaço e baixava os preços, sem prejudicar a qualidade. Com a abrupta saída do chef, manter a qualidade gastronômica do Pomodori tornou-se responsabilidade de Diogo Silveira, 31. Com experiência em vários países, ele tem, além do mais, a experiência de trabalho com o próprio Rueda. Essa será a sua terceira passagem pelo Pomodori. Nas visitas recentes constatei que houve mudanças, mas não exatamente a implantação de um novo menu. O velho Pomodori continua lá, com os pratos consagrados pelo antigo chef, e em boa parte executados por uma equipe treinada por ele. Isso garante aos habitués uma transição por enquanto segura e confortável. Estão lá delícias como o ravióli de lagostim ao molho de lentilhas du Puy e foie gras, o fragrante e úmido risoto de frutos do mar com aspargos e limão-siciliano, a intensa carne de porco em quatro versões com purê de batatas. Nas novas preparações, alguns deslizes. Muito cozimento dos frutos do mar no espaguete al cartoccio, massa compactada no stinco de javali com fettuccini na manteiga e sálvia. Mas vale a pena terminar com a galette de tapioca e papaia com sorvete de banana e gengibre caramelizado. Restaurantes não ganham três estrelas (cotação máxima da Folha) da noite para o dia. Tampouco as perdem assim. O novo chef parece um guardião das conquistas de anos do restaurante, e em que pesem alguns deslizes, é cedo para um juízo definitivo. O tempo dirá. josimar@basilico.com.br POMODORI     ENDEREÇO rua Dr. Renato Paes de Barros, 534, Itaim Bibi, São Paulo; tel. 0/xx/11/3168-3123 FUNCIONAMENTO de seg. a sex., das 12h às 15h e das 19h à 0h; aos sáb., das 13h às 16h e das 19h à 1h; dom., das 13h às 17h AMBIENTE duas gostosas salas, com diferentes "vistas": uma para a cozinha; outra, para o balcão SERVIÇO sempre alerta VINHOS um belo e extenso mostruário da vinicultura italiana (e vinhos de outras regiões) CARTÕES A, D, M e V PREÇOS entradas, de R$ 33 a R$ 65; pratos, de R$ 44 a R$ 80; almoço executivo, R$ 52; sobremesas, de R$ 9 a R$ 43 Texto Anterior: Cozinha da Sicília é tema do 5º volume da coleção Folha Próximo Texto: + em conta: Piazza 36, na praça da República, funciona como "rodízio à la carte" Índice | Comunicar Erros

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