São Paulo, quinta-feira, 09 de junho de 2011

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CRÍTICA RESTAURANTE

Rodeio sai do castelo para filial de shopping

Após 53 anos, churrascaria dos Jardins mantém história com pratos e cortes de carne incomuns na concorrência

JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA

Foi preciso mais de meio século para que a churrascaria Rodeio, inaugurada em 1958, se movesse de seu trono, nos Jardins, para abrir uma filial. A inauguração da nova casa foi no final de maio, no shopping Iguatemi.
Não que nestes 53 anos o restaurante tenha ficado parado. Ele cresceu lateralmente. Tinha 250 m2 quando, um ano após a inauguração, foi comprado pelo atual proprietário (com o pai e o irmão), Roberto Macedo, 72.
Com sucessivas reformas e ampliações, hoje é cinco vezes maior. E tem como sócios, além de Macedo, seus quatro filhos, dois dos quais (Silvia Levorim, 46, e Sandra Ferreira Alves, 41) atuam na direção da casa.
Para quem tem frequentado o Rodeio nas últimas décadas, e foi pouco a pouco se habituando com seus puxadinhos, formando uma sucessão de salões, cada qual um ambiente, a unidade do shopping tira o fôlego.
O salão é um espaço enorme e contínuo, o que faz lembrar as dimensões de uma churrascaria tradicional, salvo pela elegância e pela vista das janelas no oitavo andar da ala nova do shopping.
Mas antes de chegar ao topo, passa-se pelo bar do térreo (elevadores exclusivos conectam os dois ambientes), uma área pequena e aconchegante salvo nos momentos de pico, em que, como na matriz, vira um aperto. Lá em cima, o cardápio do Rodeio não esconde sua história, que vem dos tempos em que os garçons vestiam-se à moda gaúcha.
Pratos impensáveis numa churrascaria moderna de São Paulo estão ali, como o misto Rodeio (filé, lombo, frango e linguiça) ou o misto à gaúcha (filé, porco, linguiça, tomate, cebola, bacon, pimentão...).
Também segue impávido o ícone da casa, a picanha fatiada, que, depois de grelhada malpassada, é fatiada em bifinhos finos que são passados na chapa. Certamente essa é a pior forma de comer esse corte, mas faz sucesso desde sempre.
Ainda estão ali outros marcos da casa, como o arroz biro-biro (hoje chamado arroz Rodeio, com batata e cebola fritas e ovo). Mas a casa não parou no tempo. Aos cortes brasileiros de antigamente, como alcatra, bisteca e cupim, somam-se hoje bife ancho, "prime-rib" (com osso) e cortes de carne tipo Kobe (picanha e bife de chorizo).
Mesmo na correria alucinante dos horários de pico, que deve produzir falhas aqui e ali, as carnes continuam bem-feitas, os pontos respeitados, as guarnições saborosas. O Rodeio mudou, a cara ficou diferente, mas as carnes, essas não.

josimar@basilico.com.br

RODEIO IGUATEMI
 
ENDEREÇO av. Faria Lima, 2.232 (shopping Iguatemi, Jardins), tel. 0/xx/11 2348-1111
FUNCIONAMENTO bar, diariamente das 11h30 à 0h30; restaurante, de seg. a qui., das 11h30 às 15h30 e das 18h30 à 0h30; sex. a dom., das 11h30 à 0h30
AMBIENTE um gostoso bar de espera na entrada, no térreo, e um salão enorme no oitavo andar do shopping Iguatemi
SERVIÇO corrido, nos horários de pico
VINHOS carta variada, com as principais regiões, vários grandes rótulos, e outros mais em conta
CARTÕES A, D, M e V
ESTACIONAMENTO do shopping, R$ 8 (primeira hora)
PREÇOS couvert, R$ 23,50; entradas, de R$ 15 a R$ 38,50; pratos principais, de R$ 42 a R$ 162; guarnições, de R$ 15 a R$ 42,50; sobremesas, de R$ 13,50 a R$ 32




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