São Paulo, quinta-feira, 28 de julho de 2011

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Infância na cozinha

Interessadas em gastronomia e culinária, crianças mostram que têm opinião sobre cardápio infantil, espaço para brincadeira e serviço dos restaurantes

MARÍLIA MIRAGAIA
DE SÃO PAULO
JULIANA CUNHA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Esguio e sombrio, o crítico gastronômico Anton Ego, retratado na animação "Ratatouille" (da Pixar), é capaz de provocar ondas de temor por onde quer que passe.
Com seus julgamentos implacáveis, faz chefs e cozinheiros temerem por sua reputação.
Fora das telas, críticos nem sempre são tão mal-humorados; pouquíssimos têm opiniões capazes de alavancar ou destruir totalmente a reputação de um restaurante. E nem sempre são adultos.
Eli Knauer, que mora em Baltimore, nos Estados Unidos, tem dez anos. E posta suas impressões gastronômicas no blog adventuresofakoodie.blogspot.com. Sua seara não é apenas a comida. Knauer também observa detalhes, como o atendimento e a criatividade do cardápio infantil. Leva ainda em consideração atividades de entretenimento, áreas de recreação e brinquedos.
Mas não é só no exterior que começam a despontar críticos mirins. A reportagem recorreu ao Twitter e percorreu cursos de gastronomia em busca de crianças que se encaixassem nesse perfil.
E encontrou Dora Cavalcanti e Isabela Caramico, ambas de dez anos. Elas aceitaram o desafio de chegar anonimamente em um restaurante para avaliar uma refeição.

INGREDIENTES
Durante o primeiro encontro, que aconteceu no restaurante Praça São Lourenço, conversaram sobre os ingredientes, as fórmulas dos cardápios infantis que conhecem e até manifestaram interesse em trabalhar com isso quando crescerem. No segundo encontro, foi a vez de posarem para as fotos.
Josimar Melo, crítico de gastronomia da Folha, explica que o caminho para se tornar um crítico de gastronomia é longo. "Para fazer qualquer tipo de crítica é preciso ter muita bagagem cultural, conhecimento técnico e saber transmitir informação."
Mas pondera: "A criança é um segmento consumidor e, como tal, precisa ter os seus anseios atendidos".
Betty Kövesi, da escola de cozinha Wilma Kövesi, que oferece o curso Crianças e Panelas, diz que não gosta de menus infantis quando eles são muito diferentes dos cardápios dos adultos.
Para ela, as adaptações devem se limitar ao tamanho do prato e à apresentação, para que ela seja mais atraente. "O chef também pode reduzir condimentos mais fortes, como a pimenta", diz.
As garotas Dora e Isabela concordam. E dizem mais! Acompanhe nas críticas que as duas escreveram.


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