São Paulo, quinta-feira, 30 de junho de 2011

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CRÍTICA RESTAURANTE

Porto Rubaiyat volta mais espanhol

Refêrencia brasileira no cardápio está presente no tambaqui, num corte com espinha e filé

JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA

Depois de um ano de intervalo, entre sair de seu primeiro endereço e transferir-se para a rua Amaury, o Porto Rubaiyat voltou à ativa. Mas não mudou apenas de endereço. Mudou para melhor.
Ele nasceu como o restaurante de peixes do grupo Rubaiyat, com dois pedigrees: o de um grupo altamente profissional e o de um ramo, o dos pescados, em que a família de proprietários (os Iglesia) é atavicamente ligada, uma vez que são espanhóis.
Mas o antigo Porto demorou para se localizar. Servia tantos peixes quanto as famosas carnes da família. Dividia-se entre a devoção pelos pescados mediterrâneos e aqueles dos rios brasileiros. Cortejava tanto o serviço à la carte quanto o de bufê.
Qual o melhor caminho? Nenhum deles necessariamente: peixes não são melhor opção do que carnes, nem peixes brasileiros mais corretos que espanhóis. A questão é de foco: quanto mais focado, maior a chance de um restaurante (qualquer negócio, talvez?) servir melhor.
Agora o Porto Rubaiyat está ganhando uma cara mais definida. Por um lado, a de restaurante espanhol, por outro, a de especializado em pescados. Mesmo tendo carnes e peixes brasileiros.
Outra mudança é que agora não pertence mais ao grupo Rubaiyat, mas apenas a um dos herdeiros, Carlos Iglesias, e investidores.
A cara de espanhol fica escancarada a começar pelo chef contratado, Jesús Ramiro, que tem restaurantes na Espanha, mas ficará no Brasil pelo menos por um ano, e possivelmente mais.
Depois, pelo cardápio. De entrada, pulpo à la feria, o polvo cozido em discos grandes e macios (um pouco carregados na páprica, talvez). Ou os bolinhos de bacalhau ""atenção, nada a ver com os nossos: a massa de batata é aerada e a crosta vem do ovo da massa, sem empanado.
E, claro, um gostoso gaspacho, que é servido em uma taça de martíni com legumes crus no espeto.

CARDÁPIO
No cardápio, ainda bem curto (as lagostas, por exemplo, ainda são apenas uma promessa no aquário vazio), a preciosidade é a anchova negra, alva e etérea, com legumes e molho de páprica.
A referência brasileira está no tambaqui, num corte com espinha e filé, perdendo um pouco em relação ao que era servido antes, grandes "costeletas" -onde fica o melhor do seu sabor.
Em sendo espanhol, o restaurante serve também um bom achado do chef ""o rabo de boi desfiado, cozido em vinho e misturado com pé de porco, formando um bloco empanado. Esperava um sabor mais marcante, mas quem preferir um prato mais leve vai se surpreender.
Na sobremesa, um mix de preparados de doce de leite que satisfaz qualquer larica, com leveza e pouco açúcar.

PORTO RUBAIYAT  
ENDEREÇO rua Amauri, 225, Itaim Bibi, São Paulo tel. 0/xx/11/3077-1111
AMBIENTE piano-bar na entrada, janelões para a rua
SERVIÇO profissional, como de hábito
VINHOS carta polpuda, bem apresentada pelo sommelier da casa
FUNCIONAMENTO de seg. a sex., das 12h às 15h, e das 18h30 à 0h; sábados e domingos, das 12h à 0h
CARTÕES A, D, M e V
ESTACIONAMENTO com manobrista, R$ 17
PREÇOS couvert, R$ 13; entradas, de R$ 13 a R$ 35; pratos principais, de R$ 40 a R$ 150 (para duas pessoas); sobremesas, de R$ 14 a R$ 18; executivo, R$ 75




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