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Outrora bregas, elementos que remetem à religiosidade cristã viraram kitsch, ou seja, caíram na graça dos "modernos". "A espiritualidade sempre existiu, mas nos últimos cinco anos há uma nova roupagem, transformando o antigo em novo ou fazendo contrapontos", explica o arquiteto Gil Carvalho, que já foi coroinha.
O designer de interiores Karim Akl conta que o pedido para incorporar altares, santos, relicários e quadros sacros em seus projetos cresceu. "Tem de ser artista e criativo para não cair na breguice", diz Akl, filho de pai muçulmano e mãe católica.
As novas "caras" dos santos ajudam a explicar a tendência. As estátuas barrocas dão lugar a imagens mais modernistas. "Em vez de cruzes caretas, podemos usar elegantes mosaicos sacros", sugere o decorador Dennis Salim.
Entre os amantes de estátuas, a campeã de vendas em 2002 foi Nossa Senhora Desatadora de Nós, segundo Cristiane Matos, 23, da loja de artigos católicos Luminare. "Quem promete para este ano é Nossa Senhora da Defesa."
Para alguns, a moda está com os dias contados. "Quem foi no embalo optará por novas tendências assim que forem ditadas pelo mercado", conclui o arquiteto Allan Malouf, 31, católico. (APO)


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