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São Paulo, domingo, 03 de agosto de 2003

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AVANÇO

Cerca de 30% da produção é exportada; empresários planejam crescer em regiões como América Latina e África

Fábricas querem ampliar mercado lá fora

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Os móveis brasileiros querem mostrar a cara também no exterior. Apesar da participação ainda pequena (79% da produção mundial fica por conta dos países desenvolvidos), os fabricantes apostam na possibilidade de aumentar o número de consumidores para seus produtos na América Latina, na Europa, na África e nos EUA.
A estimativa é que, atualmente, cerca de 30% da produção seja destinada ao mercado externo.
Os pólos do Sul são os principais exportadores. Santa Catarina respondeu por 47% das exportações em 2001, seguido pelo Rio Grande do Sul, com 30%.
"O pólo de São Bento do Sul é grande exportador, e as empresas investem em móveis nos estilos europeu e norte-americano", relata Marco Aurélio Lobo Junior, consultor da Abimóvel.

Questão de gosto
Mas nem sempre é preciso adequar o design ao gosto dos estrangeiros. A Modecor, fábrica pertencente ao pólo de Ubá (MG), trocou apenas as cores dos assentos das cadeiras para aumentar as exportações para os EUA, segundo o diretor, Michel Pires.
Em Ubá, foi criada até uma associação, a Movexport, para facilitar a negociação de 11 empresas da região com outros países. "Nossos principais compradores atualmente são México, Chile e Angola", diz a gerente de exportação da associação, Elisângela Rocha Guimarães.
A Móveis Rimo, que pertence ao pólo de Linhares (ES), é especializada em móveis populares, mas está criando um setor para produzir para os EUA e para os Emirados Árabes Unidos. "Hoje, exportamos 5% da produção, mas a meta é chegar a 20%", diz o presidente, Luiz Rigoni.
Já a Casa Verde, de Mirassol, interior de São Paulo, tem uma linha voltada para o mercado norte-americano. "Eles são mais conservadores e preferem os estilos clássico e country", explica o proprietário, Luiz Henrique Dalul.

Visibilidade
Pensando em conquistar novas áreas e ampliar mercados, 350 fabricantes de móveis irão participar da próxima Fenavem (Feira Internacional de Móveis), que começa amanhã no Anhembi.
"Essa é uma ótima oportunidade para os produtores de regiões mais distantes e isoladas mostrarem seu trabalho e conquistarem consumidores em São Paulo e também no exterior", afirma Flávio Machado, diretor da feira.
Foi o que aconteceu com a Kakakis Móveis, de Pernambuco, que participou da última Fenavem, em 2001, e passou a vender para lojas de São Paulo e Rio de Janeiro. A coleção Jangada, do designer colombiano Jorge Montaña, produzida pela Kakakis, foi exposta no Salão Satélite de Milão deste ano. A nova coleção, inspirada no cangaço, será exibida na próxima edição da feira.
Vikenkios Kakakis, que é também presidente do Sindimóveis-PE (Sindicato das Indústrias de Móveis de Pernambuco), conta que, desde o ano passado, tem-se empenhado em difundir entre os fabricantes a importância do investimento no design.
"Não adianta querer concorrer com os pólos do Sul. Nós, aqui em Recife, podemos aproveitar a riqueza da cultura nordestina para fazer móveis com a cara regional e ganhar compradores", explica Kakakis. (GIOVANA TIZIANI)


FENAVEM: de 4 a 8/8, das 13h às 21h, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, av. Olavo Fontoura, 1.209. Entrada grátis para profissionais do setor. Informações: 0/xx/11/4688-6000 ou no site www.fenavem.com.br


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