São Paulo, domingo, 03 de agosto de 2008

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Faxina do ar

Luz natural, capas antiácaros e aspirador no lugar do espanador despoluem ambientes internos

Rafael Hupsel/Folha Imagem
No quarto da filha de Mônica Toledo, os bichos de pelúcia foram desacarizados

CRISTIANE CAPUCHINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A linha acinzentada no horizonte da capital paulista confirma a estiagem de inverno. Os baixos índices de umidade relativa e de qualidade do ar provocam problemas respiratórios em boa parcela da população.
Mas a condição do ar pode ser ainda pior dentro de casa. Janelas fechadas, aliadas à umidade e a almofadas, tapetes e carpetes sem limpeza, são focos de irritabilidade para alérgicos e asmáticos.
"Passamos de 90% a 98% de nosso tempo dentro de ambientes fechados, por isso temos de estar atentos à qualidade do ar nesses lugares", alerta Fábio Castro, diretor da Asbai (Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia).
Ácaros, fungos, restos de insetos -especialmente baratas- e bichos de estimação, presenças comuns nos lares brasileiros, são considerados alérgenos (responsáveis pelo desenvolvimento de alergias em indivíduos com propensão).
Além de contaminarem os locais em que ficam alocados, fungos liberam esporos, e ácaros deixam resíduos, como fezes, em forma de poeira em tecidos, bichos de pelúcia, livros, colchões e travesseiros.

Prevenção
No combate aos poluentes domésticos, as soluções vão desde a abertura de janelas à higienização profissional.
O sol é o principal fungicida doméstico, além de ter papel importante na batalha contra ácaros. "A casa ideal é a bem arejada e em que bata bastante sol", diz Castro.
O arquiteto João Armentano sugere ventilação cruzada, como a proporcionada por duas janelas no mesmo ambiente.
A escolha de móveis com bordas lisas e sem detalhes é uma das precauções que podem ser tomadas para facilitar a limpeza. Outra medida importante é a abolição do uso de vassouras e espanadores, que espalham a poeira e deixam partículas em suspensão.
"A limpeza deve ser feita com aspirador com filtros especiais, como o Hepa e o Ulpa [a informação está na embalagem], ou panos úmidos", ensina Rita Salomão, diretora técnica do centro de higiene e saneamento ambiental Microbiotécnica.
A cartorária Mônica Toledo, 50, contrata serviço profissional de desacarização para seu apartamento desde 2005. Esse trabalho em um quarto sem carpete custa cerca de R$ 50.
Além de ter rinite, sua filha mostrou-se muito sensível ao ambiente hostil a alérgicos.
Toledo vale-se também de um purificador de ar no quarto da filha, capas antiácaros para colchão e travesseiros e poucos bichos de pelúcia à mostra.
"Ela melhorou muito, [a rinite] já foi bem pior. Parecia que ela sempre estava gripada."


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