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Não deixe a casa cair
Rachaduras raramente derrubam a moradia, mas devem ser avaliadas
GIOVANNY GEROLLA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Quando crateras se abrem no
chão da cidade, o primeiro sinal
de rachadura na parede já se
torna uma preocupação com a
estrutura da casa.
Também conhecida como
trinca ou fissura -seu nome
técnico-, ela nem sempre deve
causar rugas de ansiedade. O
perigo de desabamento depende de uma seqüência de erros
no projeto, má execução da
obra ou movimentação do solo.
É raro que a casa chegue a
cair, mesmo que as rachaduras
sejam causadas por danos na
estrutura. O mais comum, nesse caso, é a queda da conta bancária: o conserto de um defeito
estrutural costuma sair caro.
Mas "existem casos de fissuras na estrutura que não comprometem a moradia", diz a engenheira Inês Batagin, 51, superintendente da Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Para chegar à raiz do mal, o
primeiro passo é "acompanhar
o desenvolvimento dos "sintomas" -trincas em revestimentos ou alvenarias", orienta o
professor da Escola Politécnica
da Universidade Federal do Rio
de Janeiro Francisco Reis.
A principal dica é checar se as
trincas se movimentam, aumentando em comprimento ou
espessura, ou se correm sobre
pilares, vigas e lajes. Esses são
os tipos que pedem mais cuidados -confira alguns deles na
página seguinte.
Perigo disfarçado
Um dano mais grave, porém,
não aparece obrigatoriamente
em pilar, viga ou laje: pode surgir em uma parede, como um
"efeito colateral" da doença estrutural. "Há defeitos estruturais que só aparecem na alvenaria", pontua Reis.
Assim, às vezes é necessário
lançar mão de exames adicionais. O professor de construção
civil da Faculdade Politécnica
de Jundiaí Cleverson de Oliveira, 40, alerta para outros sinais.
"Infiltrações, destacamento
de pisos e azulejos, piso de madeira empenado ou solto, descolamento de argamassa e
manchas requerem a avaliação
de um engenheiro civil."
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