Descontos repassados pelas redes são só para certos produtos, por isso pesquisa é essencial

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A professora Vanessa Seraphim, 34, e o costureiro Silvio Soares visitam home center um dia após as medidas de redução de imposto serem anunciadas

MARIANA DESIMONE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O corte no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de alguns materiais de construção já reverbera em redução de preços em grandes redes.
Apesar de essa medida do governo valer para produtos saídos da fábrica a partir do dia 1º, o corte de 4% no preço de cimento e de 5% no de pias de cerâmica, porcelana e tintas, por exemplo, já foi repassado aos que estão nas prateleiras.
A redução contempla 23 categorias de materiais, e fornecedores e varejistas prometem transferir o desconto integralmente ao consumidor.
"O repasse do preço dos produtos com IPI mais baixo às revendas será integral. É importante que o consumidor saiba que terá direito a esse desconto", diz José Carlos Lima, presidente do Sinprocim (sindicato da indústria cimenteira).
Em grandes redes, como Center Líder, Dicico, Leroy Merlin, Nicom e Telhanorte, os preços já foram reduzidos. "Há um sinalizador nas etiquetas falando sobre o corte do IPI", explica Marcelo Roffe, da Telhanorte. Segundo essas lojas, os descontos também serão transferidos aos produtos que estão em estoque e fazem parte da cesta com imposto menor.
Elas planejam, ainda, promoções, aproveitando a redução da alíquota. "Teremos descontos iguais ou maiores que os do IPI", afirma Cláudio Fortuna, diretor de marketing da Dicico.

Nos bairros
Como o setor já tinha a expectativa do anúncio da medida, o varejo preferiu não estocar muitos produtos no final do mês de março.
"A redução deve demorar duas semanas para atingir os pequenos [revendedores]", afirma Reinaldo Correa, presidente do Sincomavi (sindicato das lojas da Grande São Paulo).
Além do tempo necessário para que algumas lojas repassem a isenção, há ainda outro ponto a se considerar.
"O mais importante para quem está reformando sua casa é fazer uma boa pesquisa de preço, já que alguns receberão o desconto antes", frisa Cláudio Conz, presidente da Anamaco (associação nacional de comerciantes do setor).

Reformas
A medida do governo beneficiará principalmente quem está com a casa em reforma, que compra material em pequena escala. "Esse grupo corresponde a dois terços do consumo do cimento no país", diz Conz. Para quem pretende fazer pequenas obras ou já está em fase de construção, a compra do material deve ser ágil, pois o benefício deve durar apenas 90 dias. O curto período de redução é uma das críticas do setor.
"Qualquer reforma pode demorar mais do que seis meses, uma construção chega a dois anos", aponta Melvyn Fox, presidente da Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção).