São Paulo, domingo, 05 de setembro de 2004

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PROTEÇÃO

Móveis instalados a até 0,95 m do chão terão peças temperadas

Nova norma torna vidros da cozinha mais seguros

BRUNA MARTINS FONTES
EDITORA-ASSISTENTE DE CONSTRUÇÃO E IMÓVEIS

Na hora de escolher o que usar nos móveis da cozinha, quem reflete sobre o vidro acha vários pontos a seu favor. Ele é leve, durável, fácil de limpar e, além de colorido, imita até pedras e metais.
Em breve, mais um adjetivo deve ser incorporado definitivamente à lista: seguro. Ainda neste ano, será aprovada uma norma que exigirá o uso de vidro temperado no mobiliário para cozinha.
Segundo o texto, os vidros devem ser temperados em todo móvel que seja instalado a até 0,95 m do piso. Se as peças estiverem acima dessa altura, só precisarão receber esse tratamento os vidros que não estiverem encaixilhados.
O vidro temperado é mais seguro do que o comum por dois motivos: é cinco vezes mais resistente a impactos e, quando quebra, estilhaça-se em pedacinhos, e não em peças grandes e cortantes.
O texto da norma já passou por consulta pública e será analisado pela Comissão de Estudos de Móveis para Cozinha do Comitê Brasileiro do Mobiliário até outubro. As ressalvas feitas pelo setor vidreiro foram ampliar essa altura máxima para 1,10 m e incluir, no manual do móvel, a informação de que o vidro é temperado.
"Acredito que não haverá problemas e que a comissão aceitará as sugestões, pois são pertinentes", afirma Fernanda de Campos de Andrade, 29, chefe de secretaria do Comitê Brasileiro do Mo- biliário. O texto aprovado será encaminhado para a publicação da norma pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). A partir daí, os fabricantes terão 30 dias para se adequarem.
"Acho importante a iniciativa, mas não deveria haver exceções", diz Cesar Cini, diretor da Cinex, fabricante de portas de alumínio e vidro para a indústria moveleira.
Aumento de preços
Se, por um lado, fabricantes se preocupam com a segurança, por outro, consumidores ficam de olho no preço dos móveis, já que o vidro temperado custa cerca de 30% a mais do que o comum.
José Epaminondas Bonetti, 62, gerente de desenvolvimento de produtos da Kitchens, acha que haverá pouco aumento. "A influência do custo do vidro no preço da cozinha é mínima."
"Equivale a 5%, em média, do valor de uma cozinha", calcula Alcides Pasquali Filho, 53, diretor administrativo-financeiro da Bertolini e presidente do Sindmóveis (Sindicato da Indústria da Construção e do Mobiliário de Bento Gonçalves). "Deve pesar mais nos móveis populares do que nos de alto padrão, que já são feitos com outros materiais caros", avalia.
Ainda no quesito segurança, o próximo passo será fazer normas para móveis de dormitórios, antecipa a chefe de secretaria do Comitê Brasileiro do Mobiliário. "Quando falarmos de guarda-roupas, citaremos o vidro."


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