São Paulo, domingo, 07 de julho de 2002

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MÃO-DE-OBRA

Mas, a partir de R$ 500 o mē, dá para adquirir um armário de grife

Marcenaria cobra R$ 200 mil em imóvel de 400 mē

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Para contratar os trabalhos da Móveis Fenix (que fez a marcenaria e o túnel de entrada em folha importada de carvalho encomendados pelo arquiteto João Armentano para o apartamento do casal sem filhos da Casa Cor), o cliente terá de levar em conta que o preço traz embutido a grife de uma empresa que faz parte de empreendimentos grandiosos, como os feitos para as lojas Armani no Brasil.
Carlos Eduardo Bianchi de Andrade, 45, sócio-proprietário da Fenix, admite que o montante para rechear de armários um apartamento de 400 mē, por exemplo, dificilmente ficaria abaixo da casa dos R$ 200 mil. "Se for apenas uma estante sob medida, o preço é de cerca de R$ 6.000. Mas, normalmente, quem nos procura monta a casa inteira."

Forro
Um dos ambientes mais delicados e detalhistas da atual edição da Casa Cor, o estúdio da senhora, idealizado pela arquiteta Graciela Piñero, teve as paredes e o teto revestidos de painel acartonado. Responsável pelo revestimento, a GessoRocha calcula em aproximadamente R$ 6.000 o projeto.
Proprietário da empresa de instalação de gesso, o administrador Moacir Pedro Rocha, 35, presta serviços, há oito anos, para a arquiteta. Neste ano, ele também trabalhou para Jóia Bergamo (espaço Murano) e Karim Akl (banheiro público feminino). A colocação de forro comum neste último ambiente custaria R$ 1.000.
Com nomes ilustres em sua lista de clientes, como o da família do empresário Antônio Ermírio de Moraes, além de Fafá de Belém e Regina Duarte, entre outros, a Bell’Art cobraria R$ 5.000 para restaurar todo o forro, as janelas e as portas da sala de jantar do apartamento master, criado pela arquiteta Carolina Szabó.
"O lugar estava, literalmente, caindo aos pedaços e cheio de cupins. Tivemos de fazer um difícil trabalho de restauração, além da produção de um tablado para suporte de um piano", conta Eduardo Gomes Pinheiro, 53, proprietário da empresa.

Na faixa
A partir de R$ 500 o metro quadrado, qualquer um pode ter em casa um armário sob medida com a grife do profissional que trabalha, desde 1984, com Szabó.
Na Casa Cor, porém, tanto os decoradores como os fornecedores de materiais e de mão-de-obra trabalham em parcerias, ou seja, não cobram pelos serviços prestados e, geralmente, bancam seus próprios custos. A sociedade, porém, tem seu preço: fidelidade na hora de o arquiteto ou designer de interiores contratálos para executar seus projetos.
Tido como membro da família, o empreiteiro-geral Venício Freire dos Santos, 50, até já ganhou um apelido por seu envolvimento com as obras da arquiteta e decoradora Vera Aur Carlini, que, neste ano, compôs o estúdio do artista para a mostra de decoração.
"Carinhosamente, o chamamos de SuperVini, porque foi ele que preparou toda a parte hidráulica, a elétrica, além de fazer a pintura, a colocação de vidros e a instalação das cortinas de água", relata a arquiteta. "Caso eu fosse pagar por todos esses serviços, desembolsaria cerca de R$ 5.000."
(ANA PAULA OLIVEIRA)



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