DA REPORTAGEM LOCAL

Nas instalações hidráulicas, a incompatibilidade métrica se deve à falta de diálogo entre diferentes fabricantes.
"É como se cada marca falasse uma língua", relata o arquiteto George Hochheimer.
Ensaios do IPT mostram que os produtos que mais apresentam problemas são as roscas da torneira -que não são compatíveis com a conexão da tubulação- e a válvula do ralo da pia -que não se encaixa no sifão.
"Essas medidas são especificadas nas normas técnicas referentes a cada produto, mas o problema é na produção malfeita. Produtos adequados de marcas diferentes têm de se encaixar", afirma o engenheiro Adilson Rocha, 60, do IPT.
Segundo o coordenador de assistência técnica da Docol para o Brasil, Jackson Heinzler, 38, a incompatibilidade costuma existir entre produtos importados da China, que não atendem às normas brasileiras.
"Há total compatibilidade entre produtos hidráulicos afins, como flexíveis e sifões e torneiras ou misturadores e válvulas de saída d'água, quando as empresas envolvidas respeitam as normas técnicas da ABNT [Associação Brasileira de Normas Técnicas]", diz.
Já as bases de misturadores monocomando da marca são compatíveis apenas com seus misturadores para chuveiro, já que não há norma de padronização. Ela exige apenas que a base deva ser compatível com a conexão da tubulação.
"Se a norma não padroniza, o mercado tem liberdade, é como os programas de computador", compara o advogado Rafael Baitz, 37, especialista em direito do consumidor.
De acordo com os modelos, cubas e torneiras podem formar um par imperfeito. Se a torneira ficar muito alta, a água poderá se espalhar demais, e se ficar muito baixa, o usuário poderá bater as mãos nela.
A dica é que, antes da compra, o consumidor confira com o fabricante se a torneira e a cuba escolhidas "combinam". (DF)


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