Carpete, madeira, laminado e porcelanato são opções de material para revestir o chão de salas e de quartos

Marcelo Justo/Folha Imagem

Raphael Bettin escureceu o piso para contrapô-lo a peças da decoração

MARIANA DESIMONE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A mudança -funcional ou estética- que se pretende fazer num quarto ou numa sala pode estar, literalmente, debaixo dos pés: trocar ou reformar o piso.
O primeiro passo é a escolha do material. Há opções de revestimento de carpete, madeira, laminado e porcelanato.
Para a sala, é preciso levar em conta que se trata de um ambiente com maior trânsito de pessoas, que muitas vezes chegam da rua. Assim, o cômodo requer um piso resistente e de fácil manutenção.
O material preferido pelos arquitetos ouvidos pela Folha é a madeira. Uma alternativa é o laminado -trata-se de um condensado feito da mistura de madeira com outros materiais, como o plástico.
Tanto um tipo de piso como o outro requerem cuidados semelhantes. "Com a umidade, a durabilidade da madeira diminui. O material não deve tomar chuva nem muito sol", orienta Geraldo Zenid, diretor do Centro de Tecnologias de Recursos Florestais do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo).
O piso de madeira custa até quatro vezes mais que o laminado. Como ponto a favor do investimento mais alto, especialistas chamam a atenção para a vida útil.
"Esse tipo de piso [madeira] é realmente mais caro, mas, se bem mantido, dura mais de 30 anos", ressalta o arquiteto Antonio Calafiori, professor de design de interiores da Universidade Anhembi Morumbi. "E dá uma impressão estética bem melhor", opina.
Em relação à manutenção, o tamanho das peças escolhidas também precisa ser pensado. "Tábuas muito largas podem empenar. Peças com até 10 cm de largura dificilmente terão esse problema", diz Zenid (leia sobre conservação no quadro).
Fernanda Baggio, supervisora de vendas da fabricante IndusParquet, afirma que o modelo de piso mais comprado é o assoalho composto de peças que medem 1,5 m x 0,5 m.
Uma vantagem da madeira é poder ser raspada ao longo do tempo, além da chance de ser reciclada: "Dá para reusar o material", fala Zenid.
Para mudar a cara de sua sala, o investidor Raphael Bettin, 26, decidiu ebanizar [escurecer] a madeira, processo realizado por meio da aplicação de um produto específico.
Como o apartamento fica perto de um parque, ele diz que ganhou com a clareza das cores do resto da decoração e com o contraste que o piso proporciona. "Parece que há mais destaque para o verde do parque ou o azul do céu", descreve. A reforma custou cerca de R$ 20 mil para 120 m2 de área.

Porcelanato
Outro material cada vez mais presente nos projetos de salas é o porcelanato. "É mais resistente que as cerâmicas e tem grande variedade de acabamentos, tamanhos, cores e texturas", caracteriza o arquiteto José Cláudio Falchi.
Apresenta ainda maior resistência à umidade e ao sol do que a madeira. A limpeza é fácil: é lavado com água e sabão. Mas risca com facilidade também.
Apesar de frio, é um material utilizado no quarto, um ambiente de menor circulação (leia mais sobre as opções para esse cômodo no texto à direita).

Preparação
Antes de começar uma troca de piso, porém, deve-se verificar a condição do contrapiso. "Nenhum material ficará bem colocado se o contrapiso não estiver perfeitamente alinhado", afirma Calafiori.
Nem sempre um leigo percebe quando não há nivelamento, reforça o arquiteto. "Vale a pena contratar um profissional para averiguar isso antes de começar a instalar o piso."
Em se tratando de um piso de madeira, deve-se tomar mais uma precaução. "Caso seja instalado no térreo de uma casa, é importante impermeabilizar o contrapiso, para que a madeira não receba nenhum tipo de umidade", assinala Zenid.


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