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UNIÃO ESTÁVEL
Objetos em dobro mantêm privacidades
Dois chuveiros, uma cuba extra na pia do banheiro e mais armários preservam individualidades do casal
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A namorada do engenheiro
Marcelo Pontes, 34, aproveitou
uma viagem dele pelo Chile para radicalizar na transformação
dos ambientes do apartamento
para onde ela se mudaria.
"Quando voltei, ela havia
mudado várias coisas: pintou a
casa, redecorou alguns cômodos e também jogou várias coisas minhas fora", desabafa.
Mesmo com o susto de encontrar sua casa com outra
cara, Pontes entendeu a decisão da parceira. "Ela precisava
achar o espaço dela aqui dentro. Pena que eu não pude
participar muito", brinca.
Para minimizar o impacto de
quem já mora no imóvel, a
coordenadora do curso de design de interiores do Senac
(Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), Lucia Goulart, dá as dicas. "Colocar duas
cubas na pia e dois chuveiros
ajuda a um não atrapalhar o outro de manhã", exemplifica.
"Na maioria das vezes, quem
chega para morar na casa já conhece como as coisas funcionam ali. Então, é importante
preservar alguns espaços individuais para que a vida em casal
funcione melhor", aconselha.
A arquiteta Ana Resende, da
Universidade Anhembi Morumbi, também dá importância
à criação de novos espaços.
"No banheiro, por exemplo,
deve-se ampliar a quantidade
de armários. Uma mulher precisa de muito mais espaço para
seus pertences que um homem
nesse cômodo", argumenta.
Em outros ambientes também cabem mudanças para
abrigar bem o novo morador.
"Se os dois gostariam de assistir à televisão da poltrona ou
do sofá, é importante que haja
espaço para o móvel", aponta
Resende. "Afinal, é o momento
em que a pessoa relaxa com a
família", justifica.
Separados
O designer de móveis Marcus
Ferreira, 37, achou uma saída
inusitada para dividir o espaço
com a namorada sem perder a
independência de solteiro nem
a convivência e a intimidade
dos casados.
Eles vão morar no mesmo
terreno, mas em casas diferentes. "O que vai separar a gente
são só 30 metros de gramado.
Faremos um deque para integrar as casas", explica ele.
No caso de Ferreira, a parceira fez só uma exigência. "Ela
quer um sofá igual ao meu na
sala dela", relata.
Há quem prefira nem deixar
marcas em um local com o qual
não tem identificação, caso da
psicóloga Sandra Helal, 40.
Com a intenção de uma mudança futura do endereço conjunto, ela não interferiu em
quase nada na decoração do
apartamento onde mora há
dois anos com o atual marido.
"Aqui não é minha casa ainda. Até tenho alguns objetos
lindos de decoração, mas prefiro esperar mais um pouco para
colocá-los em um lugar que seja
a minha cara", argumenta.
(MD)
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