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UM LUGAR AO SOL
Instalação malfeita "estraga" qualidade do equipamento
Aproveitar sistema para diversificar o uso de água quente na casa é armadilha comum contra economia
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma das exigências da lei
nš14.459 é que coletores e boilers empregados no aquecimento solar das novas edificações tenham etiqueta do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial).
"Nosso objetivo é não comprometer a tecnologia com
equipamentos de baixa qualidade em eficiência e durabilidade", explica Eduardo Aulicino, da Secretaria Municipal do
Verde e do Meio Ambiente.
A avaliação dos equipamentos pelo Inmetro é voluntária, e
as listas atualizadas dos produtos estão no site do órgão.
São testadas qualidades como eficiência ao longo da vida e
capacidade de gerar energia.
A faixa de classificação -que
vai de A até E- indica a eficiência do produto. "Todos podem
satisfazer as necessidades de
uso, o mais importante é ter um
projeto que resulte na melhor
relação custo-benefício", ressalta Aluizio Ribeiro Gonçalves, 58, do Inmetro.
Segundo ele, o consumidor
deve estar atento à coluna seis
da etiqueta do Inmetro, que
aponta a produção média mensal de energia, e comparar os
dados com sua necessidade.
Escolher um produto de
acordo com as normas não basta, a instalação deve ser feita
por profissionais habilitados
-mas a interferência do usuário às vezes a prejudica.
Defeito pós-fabricação
Um problema comum é trocar chuveiro elétrico por ducha
só depois que as placas já estiverem em operação, segundo o
perito judicial em aquecedores
solares Teófilo de Souza, 47.
Como a vazão da ducha é de
até 20 litros/minuto, cinco vezes maior que a de um chuveiro, essa mudança resulta em
falta de água quente.
O morador deve planejar
substituição de chuveiro, instalação de banheira e de outros
equipamentos ainda no projeto, junto com os instaladores.
"Deve-se deixar margem de segurança de 30% da capacidade
do aquecedor", sugere Souza.
Outro problema é uma árvore crescer e ocultar o sol. Neste
caso, basta uma poda bem-feita, mas, se a sombra for
de uma nova construção vizinha, poderá ser preciso aumentar o número de placas ou refazer a instalação. Em São Paulo,
coletores devem ficar voltados
para o Norte, com inclinação
entre 23 e 33.
A física Elizabeth Pereira, 54,
coordenadora do Green (Grupo
de Estudos em Energia) da
PUC-MG (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais),
lembra que o aquecimento solar requer um sistema de apoio,
elétrico ou a gás.
Mas, para minimizar seu uso,
é importante que o termostato
esteja bem regulado, na temperatura mínima desejada - a sugerida é 40C. Se for muito alta,
o apoio passará a funcionar.
Muita gente aproveita a redução da conta de energia elétrica para instalar água quente
em todas as pias, banheira de
hidromassagem e piso aquecido, e o gasto de água sobe.
"O aquecimento solar é econômico e ambientalmente correto se mantidos ou reduzidos
os padrões de consumo", lembra Carlos Faria, da Abrava.
Para conservar o sistema, deve-se lavá-lo conforme o manual e a cada dois anos é preciso
checar a vedação de silicone da
cobertura de vidro das placas.
"Se não estiver bem vedado, a
umidade interfere no desempenho dos coletores", explica
Pereira.
(DF)
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