São Paulo, domingo, 09 de setembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

UM LUGAR AO SOL

Instalação malfeita "estraga" qualidade do equipamento

Aproveitar sistema para diversificar o uso de água quente na casa é armadilha comum contra economia

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma das exigências da lei nš14.459 é que coletores e boilers empregados no aquecimento solar das novas edificações tenham etiqueta do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial).
"Nosso objetivo é não comprometer a tecnologia com equipamentos de baixa qualidade em eficiência e durabilidade", explica Eduardo Aulicino, da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente.
A avaliação dos equipamentos pelo Inmetro é voluntária, e as listas atualizadas dos produtos estão no site do órgão.
São testadas qualidades como eficiência ao longo da vida e capacidade de gerar energia.
A faixa de classificação -que vai de A até E- indica a eficiência do produto. "Todos podem satisfazer as necessidades de uso, o mais importante é ter um projeto que resulte na melhor relação custo-benefício", ressalta Aluizio Ribeiro Gonçalves, 58, do Inmetro.
Segundo ele, o consumidor deve estar atento à coluna seis da etiqueta do Inmetro, que aponta a produção média mensal de energia, e comparar os dados com sua necessidade.
Escolher um produto de acordo com as normas não basta, a instalação deve ser feita por profissionais habilitados -mas a interferência do usuário às vezes a prejudica.

Defeito pós-fabricação
Um problema comum é trocar chuveiro elétrico por ducha só depois que as placas já estiverem em operação, segundo o perito judicial em aquecedores solares Teófilo de Souza, 47.
Como a vazão da ducha é de até 20 litros/minuto, cinco vezes maior que a de um chuveiro, essa mudança resulta em falta de água quente.
O morador deve planejar substituição de chuveiro, instalação de banheira e de outros equipamentos ainda no projeto, junto com os instaladores. "Deve-se deixar margem de segurança de 30% da capacidade do aquecedor", sugere Souza.
Outro problema é uma árvore crescer e ocultar o sol. Neste caso, basta uma poda bem-feita, mas, se a sombra for de uma nova construção vizinha, poderá ser preciso aumentar o número de placas ou refazer a instalação. Em São Paulo, coletores devem ficar voltados para o Norte, com inclinação entre 23 e 33.
A física Elizabeth Pereira, 54, coordenadora do Green (Grupo de Estudos em Energia) da PUC-MG (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais), lembra que o aquecimento solar requer um sistema de apoio, elétrico ou a gás.
Mas, para minimizar seu uso, é importante que o termostato esteja bem regulado, na temperatura mínima desejada - a sugerida é 40C. Se for muito alta, o apoio passará a funcionar.
Muita gente aproveita a redução da conta de energia elétrica para instalar água quente em todas as pias, banheira de hidromassagem e piso aquecido, e o gasto de água sobe.
"O aquecimento solar é econômico e ambientalmente correto se mantidos ou reduzidos os padrões de consumo", lembra Carlos Faria, da Abrava.
Para conservar o sistema, deve-se lavá-lo conforme o manual e a cada dois anos é preciso checar a vedação de silicone da cobertura de vidro das placas.
"Se não estiver bem vedado, a umidade interfere no desempenho dos coletores", explica Pereira. (DF)

Texto Anterior: Um lugar ao sol
Próximo Texto: Até 80%
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.